Mostramos de forma bastante sucinta, na semana anterior, o que é minimamente necessário para alguém tornar-se Maçom. Nesta sequência, a abordagem é sobre o que significa “ser Maçom” quando a pessoa já ingressou na Ordem. Já mencionamos que “o caminho do Maçom não é uma avenida de direitos, é uma vereda de deveres a cumprir; mais: um conjunto de deveres que o maçom escolhe cumprir”, o que de fato é bastante abrangente e, portanto, impossível de detalhar aqui. Mas é possível, sim, apresentar alguns aspectos gerais.
O autor Rui Bandeira destaca que “na ética maçônica, em primeiro lugar vem a obrigação, o cumprimento dos deveres – só depois se atenta nos direitos. Porque o caminho é este, não há constrangimentos nem vergonhas na reclamação ou no exercício dos direitos, porque se interiorizou que estes são o reverso correspondente aos deveres que se cumprem. Assim, o cumprimento do dever é preâmbulo do exercício do direito – nunca o oposto.”
E quais seriam, primordialmente, esses deveres? Em primeiro lugar, conforme publicado pelo GOB-PR em seu site, “tudo aquilo que se exige ao ingresso em qualquer outra instituição”: respeito a estatutos e regulamentos, e acatamento às resoluções da maioria, tomadas de acordo com os princípios que regem a Instituição. Também se exige do Maçom o amor à Pátria, o respeito aos governos legalmente constituídos e o acatamento às leis do país em que viva, entre outros comportamentos de cunho moral e cívico.
Em particular, é dever do Maçom guardar o sigilo dos rituais maçônicos, conduzir-se correta e dignamente dentro e fora da Maçonaria e praticar discretamente a moral, a igualdade e a solidariedade humana e a justiça em toda a sua plenitude. Deve, ainda, abster-se de discutir, dentro da Instituição, questões políticas e religiosas, porque a Maçonaria “prefere uma ampla base de entendimento entre os homens, a fim de evitar que sejam divididos por pequenas questões da vida civil.”
O Maçom deve também dedicar parte de seu tempo a assistir às reuniões maçônicas. O Templo Maçônico é “onde se reúnem os maçons periodicamente para praticar as cerimônias ritualísticas que lhes são permitidas, em um ambiente fraternal e propício para concentrar sua atenção e esforços para melhorar seu caráter, sua vida espiritual e desenvolver seu sentimento de responsabilidade, fazendo-lhes meditar tranquilamente sobre a missão do homem na vida, recordando-lhes constantemente os valores eternos cujo cultivo lhes possibilitará acercar-se da verdade.”
Por fim, cumpridos os deveres, que se obtém sendo Maçom? Ora, pode-se até ingressar na Ordem com a expectativa da obtenção de algo material, mas nela não se permanecerá com essa ilusão. A grande riqueza obtida é “a possibilidade de aperfeiçoar-se, de instruir-se, de disciplinar-se, de conviver com pessoas que, por suas palavras, por suas obras, podem constituir-se em exemplos; encontrar afetos fraternais em qualquer lugar em que se esteja dentro ou fora do país.”
Mais, obtém-se “a enorme satisfação de haver contribuído, mesmo em pequena parcela, para a obra moral e grandiosa levada a efeito pelos homens. A Maçonaria não considera possível o progresso senão na base de respeito à personalidade, à justiça social e a mais estreita solidariedade entre os homens.”
Com base em informações de gob-pr.org.br, e inspiração em artigos de Antonio Marcus de Melo Ferreira, Rui Bandeira e J. Filardo em freemason.pt e bibliot3ca.com.
Responsável: Loja Maçônica Perseverança – Paranaguá – PR ([email protected])