O Grande Oriente do Brasil – Paraná – GOB-PR mantém em seu website (gob-pr.org.br) uma página destinada ao esclarecimento de dúvidas frequentes sobre a Ordem, entre elas “qual a função da Maçonaria na Sociedade?” A resposta é que, “em essência, o objetivo da Maçonaria é auxiliar o desenvolvimento da humanidade enquanto sociedade organizada, formando construtores sociais ou formadores de opinião.”
Assim, entre as responsabilidades pessoais atribuídas ao Maçom, pela Instituição, está a de “formar a opinião” no meio social em que vive e convive. Em análise mais aprofundada, percebe-se que esta é uma tarefa que exige extrema atenção e dedicação por parte do construtor social, pois destina-se ao aperfeiçoamento da humanidade e, se mal realizada, pode levar inclusive a um efeito contrário do desejado.
Favorável ou desfavorável a respeito de algo, uma “opinião” é apenas uma conjectura, uma crença. É, assim, uma maneira de pensar, um julgamento pessoal “fundado sobre uma simples probabilidade, comum a certo número de homens, mas sujeito a discussão”, portanto, “oposto à ciência”, que é um conhecimento certo, comprovado.
Conforme M. F. dos Santos, “o verbo opinar, dar opinião, logo nos revela que nesta há um assentimento de nossa mente sobre algo que é aceito, mas que, ao mesmo tempo, se admite a possibilidade, por parte de outro, de não aceitá-la ou de apresentar até razões contrárias. A opinião pode ser o começo do filosofar, mas jamais será o verdadeiro filosofar. O verdadeiro filósofo não é o que opina, mas o que demonstra o que postula.”
“Ciência” é o conhecimento adquirido através da observância de regras e procedimentos básicos, o método científico, um processo organizado, lógico e sistemático de pesquisa, instrução, investigação, e apresentação dos resultados. Desta forma, neste sentido de oposição à ciência, a opinião infundada, e a notável mania atual de as pessoas “terem” que opinar sobre tudo e sobre todos, muitas vezes se junta ao erro (percepção equivocada) e à mentira — haja vista as modernas “fakenews” — como verdadeiras parceiras para iludir os incautos, levando em última instância, em maior ou menor velocidade, à deterioração do tecido social.
Ao Maçom não basta, portanto, ter uma opinião e trabalhar conscientemente para que ela venha também a ser a opinião de outras pessoas, dentro e fora da Maçonaria. Antes de manifestar-se sobre qualquer assunto, ele necessita fazer uma avaliação profunda, primeiro, sobre as suas convicções pessoais, especialmente se estas estão realmente aderentes aos ensinamentos que tem recebido na Ordem, e segundo, sobre os efeitos que sua opinião poderá produzir, no outro e na sociedade.
Diante da responsabilidade assumida sobre os efeitos sociais de sua opinião, antes de mais nada, conforme vimos nas semanas anteriores, é necessária ao Maçom a humildade para reconhecer a própria ignorância em determinado assunto, rejeitar o “achismo”, e abominar a postura de “torcedor” ante suas paixões.
Ante a incerteza, a melhor atitude seria calar-se, o que por outro lado poderia representar “omissão”, o que também não é agradável ao Maçom. A chave para não ter que se calar, mas poder opinar fundamentadamente, é o conhecimento. É necessário antes “conhecer” para somente então ser possível “saber”. Sobretudo, a opinião do Maçom deve revestir-se previamente da “crítica”, aquilo que a filosofia considera o “exame de um princípio ou ideia, fato ou percepção, para produzir uma apreciação lógica, epistemológica, estética ou moral sobre o objeto da investigação.”
Com base em obras de N. Aslan; M.F. dos Santos em Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais; amenteemaravilhosa.com.br; Dicionário online Oxford Languages; significados.com.br; dicio.com.br
Responsável: Loja Maçônica Perseverança – Paranaguá – PR ([email protected])