Temos visto aqui alguns aspectos que, ao longo da evolução do pensamento na humanidade, têm sido considerados essenciais para que o homem seja feliz, iniciando na filosofia grega da antiguidade e tendo chegado ao momento em que a felicidade chegou a ser declarada “um direito do homem”, no final do século 18.
Quase duzentos anos depois, já no século 20, o pensador inglês Bertrand Russel (1872-1970) usou a lógica para, em sua obra “A Conquista da Felicidade”, concluir que para ser feliz é necessário eliminar o egocentrismo, alimentando “uma multiplicidade de interesses e de relações com as coisas e com os outros homens.” Julián Marías (1914-2005), filósofo espanhol, publicou em 1989 o livro “A Felicidade Humana”, em que justamente estuda a história desse conceito desde a antiguidade, tendo concluído que “a ausência da reflexão filosófica sobre a felicidade no mundo contemporâneo talvez seja um sintoma de como esse mesmo mundo anda muito infeliz.”
Mais recentemente a questão também passou a ser considerada em razão da influência exercida pelo espírito humano sobre si mesmo, a exemplo da emoção, conforme a obra “Inteligência Emocional”, de Daniel Goleman, e os efeitos físicos e químicos do pensamento positivo (e negativo), capazes, segundo a epigenética de Bruce Lipton, de afetar, para o bem ou para o mal, a constituição genética do organismo humano. A partir disto, poderíamos lembrar da definição de Kant para a felicidade, “condição do ser racional no mundo, para quem, ao longo da vida, tudo acontece de acordo com o seu desejo e vontade”, todavia para entender que este “tudo” inclui tanto o bom quanto o ruim.
Enfim, entre os muitos ensinamentos que a Maçonaria proporciona a seus integrantes é que eles devem sempre “tirar da filosofia as suas inspirações”, em busca do aperfeiçoamento moral do homem, e consequentemente da humanidade, o que não deixa de ser uma missão das mais espinhosas no atual estágio de desenvolvimento humano. A dificuldade maior para a consecução dessa missão parece estar nos empecilhos que se interpõem no caminho da evolução do espírito humano e sua marcha em direção à iluminação, o que corresponderia à felicidade, enfrentando sempre forças contrárias que insistem em desviar o homem do bom caminho.
São verdadeiros inimigos da luz que se apresentam, por exemplo, como fanatismo, superstição e violência, alimentados por sentimentos como a ambição ou condições como a da ignorância, o desconhecimento. O caminho a seguir para vencer os infelizes inimigos do espírito humano passa pelo inafastável respeito incondicional ao livre pensamento, livrando-se do preconceito e do egoísmo, e dedicando-se à prática de tudo que possa contribuir para a felicidade humana e o progresso da sociedade.
O autor João Francisco Guimarães aponta no livro “Maçonaria – a filosofia do conhecimento” que aquele que busca a felicidade humana deve amparar-se em três princípios: amar a Deus, amar ao próximo e ter curiosidade intelectual pura “(palavra, conceito, entendimento… ler, consultar, perguntar, questionar, debater… não deixar dúvidas…).” Também indica algumas condutas desejáveis, entre outras: afastar as pessoas que pregam divisão e desarmonia, reunindo os que unem e aproximam; propagar a verdade e manter-se isento de vícios e atribulações; e “defender a verdade, a justiça e a liberdade contra tudo e contra todos, lutando contra a tirania e o abuso de poder”.
Para ele, a “boa vontade para com as pessoas significa estar de bem com a vida que, por sua vez, é sinônimo de felicidade!”.
Com base em obra de J. F. Guimarães e informações de e informações de gob-pr.org.br, educação.uol.com.br, sbie.com.br e wikipedia.org.
Responsável: Loja Maçônica Perseverança – Paranaguá – PR ([email protected])