Por Fonseca.R
A relação entre sociedade e indivíduo representa um dos paradoxos mais fascinantes da condição humana. Nascemos inseridos em uma estrutura social preexistente, mas somos nós, indivíduos, que constituímos e moldamos essa mesma sociedade. Essa interdependência revela uma dinâmica de sinergia e dialética constante, onde o social funciona como um “útero permanente” no qual cada pessoa administra suas possibilidades e virtualidades.
A Ontopsicologia, através dos estudos de Antonio Meneghetti, oferece uma perspectiva esclarecedora sobre essa relação. Segundo essa abordagem, o critério para compreender a sociedade é organísmico – sociedade significa um estado de sócios, companheiros, amigos, semelhantes. O ser humano, analisado enquanto indivíduo, possui intrinsecamente tudo o que precisa para se definir como sociável.
Essa perspectiva revela uma verdade fundamental: para construir uma sociedade ótima, precisamos de indivíduos ótimos. O princípio do bem não reside nas estruturas sociais abstratas, mas nos indivíduos que as compõem – quando estes são sadios e possuem consciência ôntica, ou seja, conhecem o primeiro bem de si mesmos.
A diferença entre dois tipos de posicionamento individual torna-se crucial nesse processo. O homem medíocre e sem criatividade molda-se passivamente, sujeita-se às regras impostas, acomoda-se e vive segundo padrões externos, tornando-se parte da massa. Em contraste, o homem líder compreende que precisa servir melhor, assumindo-se como empreendedor da própria vida. Ele se responsabiliza pela sua ignorância e trabalha para eliminá-la, sempre buscando expansão e transgredindo quando necessário para encontrar caminhos inovadores.
Este indivíduo protagonista produz mudanças, joga com as leis e com a vida a favor da ampliação do seu projeto pessoal, nunca se acomodando. Ao fazer sua própria evolução, arrasta consigo a sociedade, obrigando-a também a evoluir. Estabelece-se assim um ciclo virtuoso: quanto maior a capacidade individual, maior será o protagonismo e a participação na construção da evolução social.
A lógica ontopsicológica propõe que, após o indivíduo ter realizado e vivido o próprio bem individual interior, ele naturalmente se torna um colaborador e um coeficiente de valor para os outros. Esta concepção inverte a perspectiva tradicional: se tenho indivíduos bons, consequentemente terei uma sociedade boa. A sociedade é sempre resultado dos sujeitos que a compõem, portanto, a possibilidade de uma sociedade positiva está intrinsecamente ligada à formação do indivíduo.
Essa compreensão nos convida a uma reflexão profunda sobre nossa responsabilidade pessoal na construção do tecido social. Cada um de nós carrega o potencial de ser um agente transformador, capaz de elevar não apenas a própria existência, mas de contribuir para a evolução coletiva através do desenvolvimento de nossa excelência individual.
Sereníssimo Grão-Mestre Vladimir Pires Martins
Grande Secretaria de Comunicação e Imprensa
Luís Fernando da Silva Dias
Acompanhe nossas mídias:
Site do GOP: https://gop.org.br/
Instagram:@grandeorientedoparana