No dia 15 de outubro teremos o Dia do Professor e quem não lembra dos seus primeiros professores? Que alegria dá ainda reencontrá-los em Paranaguá. O interessante é que, apesar de sermos adultos agora, não os chamamos apenas pelo nome como fazemos normalmente com outras pessoas, porém, colocamos com muito respeito e amor a palavra professora ou professor antes dos seus nomes, isso denota que são até hoje muito especiais para nós.
A missão de ensinar não é uma missão fácil, porém, a gratidão daqueles que aprendem é tão profunda, que deve compensar emocionalmente.
Seria impossível citar aqui o nome de todos aqueles professores que fizeram do litoral paranaense um lugar melhor, por isso, vamos hoje comentar em nossa Coluna sobre o Professor Cleto, como uma homenagem a todos aqueles que se dedicaram ao ensino.
Pesquisando sobre a biografia de outros vultos importante de Paranaguá o que mais encontramos é: “…foi aluno do saudoso Professor Cleto.” Então, foi ele uma referência em nosso litoral. Nasceu em Paranaguá a 24 de outubro de 1843, era filho de José Cleto da Silva, de quem recebeu o mesmo nome, e de Maria Rosa da Silva.
Além de aplicado nos estudos, era dotado de um espírito combativo e não se acomodava frente às dificuldades. Defendia suas ideias onde fosse, inclusive na imprensa. Foi um fervoroso abolicionista e lutou pela causa republicana também.
Exerceu vários cargos: Delegado de Polícia, Administrador Geral dos Correios, Inspetor do Tesouro do Estado, Secretário de Finanças do Estado, Deputado da Assembleia Provincial, Promotor Público e Tabelião de Notas. No entanto, a função que mais lhe trazia alegria era a de ensinar, assim, completou 24 anos de magistério em Paranaguá nas escolas públicas. Mesmo depois de aposentado, ajudou a organizar escolas particulares em Curitiba, Ponta Grossa e União da Vitória.
Faleceu o tão querido mestre aos 69 anos, no dia 24 de fevereiro de 1912. Teve o seu busto erigido em uma praça e uma importante rua em sua homenagem na cidade de Paranaguá, antigamente chamada Rua do Rosário, agora Rua Professor Cleto.
O fato de tratar a todos por igual destoava da política à época em Paranaguá e de tantas intrigas a seu respeito foi removido para Curitiba em 1887 e não teve os seus últimos dias na cidade que tanto amava.
Pelo seu trabalho intenso, pela sua luta intensa pela igualdade, por seu excelente caráter, as intrigas se dissiparam nas brumas do tempo, deixando claro que ele era um homem à frente do seu tempo e não seria realmente compreendido àquela época. Deixou-nos bons exemplos e pensando nele, pensamos em todos os professores que dedicaram ou dedicam ainda suas vidas em prol da evolução da humanidade. Parabéns professores!
Guadalupe Vivekananda Fabry
Diretora da Biblioteca – IHGP