Gabriel de Lara, com seu prestígio junto ao reino, obteve o foral (ordem do rei), pelo qual elevou o então “povoado”, ao predicado de VILA de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá, era o dia 29 de julho de 1648.
Estava criado o Município de Paranaguá!
Afirmar que somos o primeiro Município do Paraná, não alcança a grandeza de nossa História, pois o Paraná somente passou a “existir” com sua Emancipação Política, em 19 de dezembro de 1853, ou seja, 205 anos depois da fundação de Paranaguá.
Com a criação da “Vila”, os interesses da “povoação” estavam garantidos para realizar eleições, instalar a Câmara “elegendo” os representantes do Povo (este fato histórico marca a fundação), e por fim constituir Governo para Administrar e fazer Justiça, já que naquela época os moradores não tinham a quem recorrer, pois a Vila mais próxima era a de Cananéia.
Tão longe, em maio de 1880, quando Dom Pedro II aportou em Paranaguá, se hospedou na residência de Manuel Antônio Guimarães, o Palácio Visconde de Nácar, que promoveu um grande baile em homenagem ao Imperador. Dom Pedro cumpriu agenda oficial para lançar a “pedra fundamental” da construção da Ferrovia Paranaguá-Curitiba. Não por acaso, o então Barão de Nácar em 31 de agosto de 1880, através de Decreto Imperial, foi agraciado com o título de Visconde de Nácar, em razão de sua hospitalidade e sua influência econômica e política, em Paranaguá e região.
Tão perto…hoje, quando nos deparamos com a Estação Ferroviária, e com o Palácio Visconde de Nácar, adquirido pelo Prefeito Caetano Munhoz da Rocha em 29 de julho de 1910, destinando o referido imóvel como sede da Prefeitura e Câmara Municipal, tamanha a importância de sua História, dois prédios que remontam nossa História, nossa identidade…mesmo perto, distantes de suas origens…
O que falar de nossa Catedral Diocesana? Do mesmo modo, não é suficiente afirmarmos que ela é testemunha da história de Paranaguá, pois não confere a ela justa dimensão e importância, a “Igreja Matriz”, constitui “PARTE” fundamental, da própria história de Paranaguá, a sua construção inicial é o marco da ocupação que se tornou povoado, e em torno dela aumentou e se tornou Vila de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá, quando a “devoção” constituiu elemento marcante para a instalação administrativa e fundação do berço da civilização do Paraná.
Comemorar é conhecer, é conservar na memória a lembrança das coisas que ficaram. A história não é o que se passou, mas o presente que o tempo não conseguiu apagar…
Alessandro Pires Staniscia é Orador do IHGP