Parte II
Edmea de Lima Mesquita nasceu em São Vicente, estado de São Paulo, no dia 10 de junho de 1891. Filha de Manoel Henrique de Lima, Vereador e fundador da Escola do Povo, na cidade de São Vicente, e Inês Bastide de Lima, que também tocava piano, tendo seu pai mandado buscar na Alemanha, um piano especialmente para ela. Edmea estudou na Escola do Povo e na Escola Normal de Santos. Aprendeu a tocar piano com uma conceituada professora e aos 18 anos de idade tocava e cantava com sua irmã Hermantina na Igreja de São Vicente Mártir. Aos 23 anos casou-se com Custódio de Mello Mesquita e tiveram 5 filhos. “Seu Mesquita”, como era conhecido, trabalhava no ramo do café e veio transferido para Paranaguá como funcionário do D.N.C., Departamento Nacional do Café, tendo trabalhado mais tarde em outras companhias cafeeiras. Aqui fizeram muitos amigos e dona Edmea destacou-se como professora de piano, sendo muito querida pelos alunos e bastante conceituada pela seriedade, competência e amor dedicados ao seu trabalho. Construíram uma bela família, sendo seus filhos o violonista e professor de violão Luiz Mesquita, o professor de natação Manoel Henrique Mesquita (professor Lelinho), Angelina de Lima Mesquita, Maria do Carmo de Lima Mesquita e Maria da Glória Mesquita dos Santos (Glorinha). Todos falecidos. Seu neto, o violonista e baixista Carlinhos Mesquita, muito conhecido pelo seu talento no meio musical parnanguara e curitibano, faleceu em 2007.
Entre os alunos de dona Edmea podemos citar: Maria Helena Mendes Xavier, Maria Ernestina Araújo (falecida) e Rose Mari Araújo, professoras de música formadas pela Faculdade de Educação Musical do Paraná; Lindanil de Freitas, também pianista formada, que nos brindou recentemente com um lindo recital; As irmãs Eliane e Enise Correia do Nascimento, Adilson Bornancin, exímio pianista e tecladista, falecido recentemente; Arlanza e Arlani Tavares; Neura Gouvêa, pianista formada e concertista. Marcelo da Silveira, sobrinho de dona Edmea, também tecladista e pianista profissional.
O que se constata, ao fazermos um retrospecto do trabalho de dona Edmea é que, sem sombra de dúvida, quem estudou piano com ela aprendeu a amar a música e a sentir a alegria de poder, através dos sons, expressar a emoção que brota do fundo da alma e atinge os corações daqueles que nos ouvem. Com a sua voz muito mansa, com palavras só de amor e elogio, dona Edmea conquistou a todos que a conheceram e cumpriu sua missão de maneira exemplar. Ela faleceu em Paranaguá no dia 28 de setembro de 1972, aos 81 anos, vítima de trombose, após ter fraturado a bacia em consequência de uma queda. Ficou para nós, a lembrança dessa mulher extraordinária que, com muita dedicação e carinho, conquistou o nosso coração e nos proporcionou a oportunidade de conhecermos e nos apaixonarmos pelo maravilhoso mundo da música. Dona Edmea merece, sem sombra de dúvida, um lugar muito especial na história da cultura parnanguara. À ela, a nossa gratidão, o nosso respeito, o nosso amor e a nossa gratidão.
Professora Maria Helena Mendes Nizio