Oh! Bendito o que semeia
Livros… livros à mão cheia
E manda o povo pensar!
O livro caindo n’alma
É germe – que faz a palma
É chuva – que faz o mar.
Castro Alves
O dia 23 de abril, Dia Mundial do Livro, é uma data escolhida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para celebrar o livro, incentivar a leitura, homenagear autores e refletir sobre seus direitos legais.
A data comemorativa é simbólica e tem origem na história da literatura mundial. Foi no dia 23 de abril que morreram três grandes escritores: o inglês William Shakespeare, o espanhol Miguel de Cervantes e o peruano Inca Garcilaso de La Vega.
Além de homenagear várias obras literárias e seus autores, a Unesco criou a data para encorajar as pessoas, especialmente os jovens, a descobrirem os prazeres da leitura e conhecerem a enorme contribuição dos autores de livros através dos séculos.
O livro nos faz sonhar e com ele vivemos diferentes histórias e aventuras e conhecemos mundos distantes e novas culturas. Com seus contos fantásticos e registros importantes dos acontecimentos históricos da humanidade, os livros continuam encantando gerações.
Os livros proporcionam diversos benefícios, como o desenvolvimento da imaginação, criatividade, comunicação, além de expandir o vocabulário e o senso crítico. No entanto, um dos aspectos mais significativos da leitura é seu papel fundamental na manutenção da nossa identidade cultural. Ler autores locais e obras que retratam a realidade de diferentes regiões permite aos leitores uma compreensão mais profunda das tradições e costumes de diversas culturas
O avanço tecnológico apresenta desafios para a preservação cultural, especialmente na substituição do livro impresso pelo eletrônico. Livros impressos são mais duráveis e podem ser preservados por décadas, enquanto os eletrônicos correm o risco de obsolescência e perda de conteúdo ao longo do tempo. Por outro lado, livros digitais oferecem maior acessibilidade e a adição de recursos multimídia, enriquecendo a experiência de leitura e alcançando um público mais amplo.
O contexto mundial é marcado pela globalização que pressupõe acesso às novas tecnologias de informação e de comunicação, “o que reforça a informação como mola propulsora das transformações que afetam a sociedade contemporânea”.
Todavia, esse avanço permite que os livros sejam conservados nas bibliotecas.
As bibliotecas, com seus programas e sua visão resiliente e proativa, demonstram que a cultura não é um bem abstrato: é solidariedade, é inclusão, é fraternidade.
Em um momento histórico em que tais valores parecem estar se desvanecendo, as bibliotecas se apresentam como um dos poucos locais que preservam e põem em prática esses valores, reinventando-se para encontrar um lugar no futuro da sociedade pós-moderna. E essa é, talvez, a lição mais valiosa que podemos aprender.
Para nosso gáudio, o Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá conserva um patrimônio incomensurável em sua biblioteca. São mais de quatro mil exemplares de diferentes épocas, conservados e mantidos por seus confrades e confreiras, colaborando com muitos estudantes, acadêmicos, estudiosos em suas pesquisas.
Oxalá, consigamos manter viva a chama de semear livros, “livros a mão cheia, que leve o povo a pensar”.