Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

CARNAVAL EM PARANAGUÁ

Maria Helena Nízio Diretora de Cultura – IHGP Vai longe o tempo em que no Carnaval de Paranaguá usava-se limões de cheiro e que o “Tio Chipá”, o terror da ...

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Maria Helena Nízio

Diretora de Cultura – IHGP

Vai longe o tempo em que no Carnaval de Paranaguá usava-se limões de cheiro e que o “Tio Chipá”, o terror da criançada, alimentava a algazarra nas brincadeiras de rua. Pelos idos de 1890 surgiram em Paranaguá duas agremiações com a finalidade de promover o Carnaval de rua: Bilontras e Belzebus. O primeiro foi criado em março de 1886 por um grupo de rapazes da sociedade, com ata e todas as formalidades. 

Era mais carnaval de rua, com carros alegóricos lindamente enfeitados com muito capricho e arte, além de exibirem críticas sobre os acontecimentos políticos e sociais da época. O povo vinha às ruas para assistir e se encantar com a beleza do desfile, aplaudindo freneticamente. De acordo com Aluísio Ferreira de Abreu, em 1891 os Bilontras chegaram a construir vinte e dois carros alegóricos e cinco de críticas. As cores do Bilontras eram preto e vermelho. Os Belzebus tinham a mesma finalidade dos Bilontras, concorrendo em ideias e fantasias. 

As agremiações preparavam o desfile nas famosas cavernas, que eram enormes barracões onde se reuniam os artistas para construir as fantasias e alegorias que iam encantar as torcidas. Essa preparação era feita com o máximo de sigilo, para garantir a surpresa do evento.

Essas cavernas chegaram até nós através do famoso Sericó da Caverna. 

Inicialmente o Carnaval de salão era realizado no Teatro de Variedades, onde se destacava o bloco Cavalheiros da Noite. Os bailes terminavam à meia noite da terça-feira, pois em seguida já começaria a Quaresma, período em que não se podia cantar, assobiar, ouvir música ou dançar, pois diziam os nossos avós que criaríamos rabo se fizéssemos isso.

Posteriormente, os bailes eram realizados nos clubes, tais como Literário, Republicano, Operário, Democrático e Paranaguá. Era o reino da fantasia, das máscaras, lança-perfume, confetes, serpentinas, Pierrôs e Colombinas.

Nas ruas imperavam blocos como Flor da Mocidade, Carijós, Blocos do Boi, do Rocio, da Estiva e outros.

Vale lembrar também dos blocos de sujos Desmelhelhengues da Costeira, Vai Quem Quer, Patoka e Cuca Fresca.

Tivemos aqui grandes carnavalescos, como Cornetinha, Jader Vidal, seu Oliveira, seu Cunha, seu Gutierrez, Jeferson da Estação, Satuca e todo o pessoal do Clube de Regatas Comandante Santa Rita.

Há muito o que lembrar sobre o Carnaval de Paranaguá, como o Banho à Fantasia, ainda presente entre nós,  bailes dos clubes com lindas fantasias, tanto de luxo como de originalidade, Escolas de Samba e as coroações de Rainha do Carnaval e Rei Momo. Não podemos deixar de citar Cornetinha, que se intitulava primeiro e único Rei Momo do Carnaval de Paranaguá.

Para aqueles que tiverem interesse em conhecer mais detalhes sobre o Carnaval de Paranaguá, encontrarão no Instituto Histórico e Geográfico a coleção completa de “Coisas Nossas”, contendo toda a história dos nossos carnavais, além de fotografias da época.

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O Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá (IHGP), divulga a cultura, história e geografia de Paranaguá e do Litoral do Estado do Paraná, sendo uma fonte de pesquisa para as diversas necessidades.