Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

Brasílio Itiberê

Ao longo do mês de julho, o Instituto se propõe a destacar na coluna artigos dedicados a grandes personalidades locais, especificamente, aquelas que se destacaram na música. Começamos nosso primeiro artigo com a trajetória do músico e diplomata Brasílio Itiberê.

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Ao longo do mês de julho, o Instituto se propõe a destacar na coluna artigos dedicados a grandes personalidades locais, especificamente, aquelas que se destacaram na música. Começamos nosso primeiro artigo com a trajetória do músico e diplomata Brasílio Itiberê.

Brasílio Itiberê da Cunha nasceu na cidade de Paranaguá, no dia primeiro de agosto, do ano de 1846. Seu contato com a música aconteceu no âmbito familiar, através de sua irmã Maria Lourença, que o introduziu  nas primeiras lições de piano. Os primeiros anos de sua vida Brasílio Itiberê passou em Paranaguá, contudo, mais tarde, mudou-se para Curitiba para cursar os estudos secundários, visto que naquela época os mesmos ainda eram inexistentes em Paranaguá. Posteriormente, mudou-se para São Paulo para prestar exames. Em 1866, recém-aprovado na Faculdade de Direito,o jovem pianista amador começa a revelar suas primeiras composições. Ao longo do curso de Direito, Brasílio conviveu e participou intensamente da vida política. Entre seus colegas de curso incluíam-se personalidades tais como, Ruy Barbosa, Afonso Pena, Rodrigues Alves e Castro Alves.

m 1869, aos 23 anos de idade, compôs uma de suas obras mais lembradas e comentadas “A Sertaneja”, obra que trazia material da tradição musical popular. Após se formar, seguiu mudança para o Rio de Janeiro. Consta que Itiberê teria encontrado a Princesa Isabel em concerto realizado para  a compra de cartas de alforria. Neste concerto, teria surgido o convite para que o pianista comparecesse à reunião da Quinta da Boa Vista, ocasião em que apresentou algumas de suas obras à Corte Imperial. Nesta ocasião também, ocorreu a aproximação entre Itiberê e o Imperador Dom Pedro II, que encantando com o talento do jovem pianista lhe ofereceu um emprego oficial, no corpo diplomático. Itiberê exerceu seu posto em diversos países tais como Itália, Peru, Bélgica, Paraguai e Alemanha. Retornou ao Brasil várias vezes, sobretudo, em período de férias para visitar sua família em Paranaguá. Sua volta definitiva, às margens do rio que leva seu sobrenome, ocorreu apenas após seu falecimento, no ano de 1913. A vontade do artista era a de repousar em sua cidade natal, desejo que expressou aos familiares antes de seu falecimento.

O músico deixou cerca de 60 obras e, até nos dias atuais, a qualidade e característica popular de suas composições são estudadas e executadas. Um artista que deixou um grande legado e que em sua época chamou atenção pela sua veia artística. Para aqueles que desejam conhecer mais sobre a vida e as composições de Brasílio Itiberê da Cunha, podem consultar a obra “Brasílio Itiberê, vida e obra” publicado pela fundação cultural de Curitiba.

Priscila Onorio Figueira

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