Há alguns dias, fui questionado sobre a razão de se utilizar o termo “Cidade-Mãe do Paraná”, quando nos referimos à cidade de Paranaguá, considerei apropriado discorrer sobre o assunto nesta semana.
A expressão “cidade-mãe” é empregada em vez de “cidade-pai” devido à conotação tradicionalmente associada ao papel materno como fonte de origem, proteção, nutrição e criação. Em muitas culturas, a figura da mãe é vista como aquela que dá origem e sustenta a vida, o que se reflete na linguagem ao utilizar-se o termo “mãe” para descrever algo que gera ou dá início a outra coisa.
O termo METRÓPOLIS (“cidade-mãe”) origina-se de MÉTER (“mãe”) e POLIS (“cidade”). A cidade-mãe era aquela a partir da qual outras foram fundadas ou colonizadas.
No caso de “cidade-mãe”, a cidade é percebida como o ponto de origem ou fundação, desempenhando o papel de “geradora” de novas comunidades ou colônias. A linguagem simbólica e histórica frequentemente associa a ideia de origem e criação ao feminino, o que explica a preferência pelo termo “mãe” em vez de “pai”.
Além disso, essa metáfora se alinha à tradição de se referir à terra, à natureza e à pátria como entidades femininas em diversas culturas, reforçando a ideia de que a “mãe” é uma figura geradora e nutridora, aplicando-se ao conceito de uma cidade que “gera” outras localidades.
Nesse contexto, Paranaguá é considerada a “Cidade-Mãe do Paraná” porque é a cidade mais antiga do estado, fundada oficialmente em 1648. Por ser o primeiro núcleo urbano estabelecido na região, Paranaguá desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento do Paraná. Como a cidade mais antiga, foi a partir de Paranaguá que a colonização e a exploração do interior do estado tiveram início, influenciando o surgimento de outras cidades e vilas na região.
Além de sua antiguidade, Paranaguá também foi um importante porto, facilitando o comércio e a comunicação entre o litoral e o interior do Brasil. Isso fez com que a cidade se tornasse um centro econômico e cultural relevante, contribuindo significativamente para o desenvolvimento do Paraná como um todo. A denominação “Cidade-Mãe” reforça essa importância histórica e cultural, reconhecendo Paranaguá como o berço do estado, de onde partiram os primeiros movimentos de povoamento e crescimento que deram origem ao Paraná que conhecemos hoje.