Retratei-me de vários modos,
Sangrei em várias cores,
Amei mil amores,
Mas mil camas não me amaram.
Traí e fui traída,
Até minha irmã
Se deitou com meu amor.
Chorei até desidratar-me
Expus minha carne,
Meu cerne, minha alma.
Minha vida sofrida,
Colete maldito
Açoitando-me dia e noite.
Nada impediu de eu ser quem sou,
Insana, irreverente, inconsequente…
Rejeitaram-me por não me entender,
Recebi rótulos, rejeitei todos.
Chamem-me como quiserem
Isso já não importa.
Retratem-me como louca,
Com a coluna exposta,
Com colar de espinhos,
Ou rodeada de passarinhos
Julguem-me com calma
Tolos, pensam que me conhecem
Só Deus conhece minha alma!
Poema: Juciane Afonso / Obra: Lucy Reina Orquiza