Haverá algo melhor do que a amizade? Que é que se compara ao abraço amigo, a um aceno amável ou ao sorriso largo que nos acolhe? E que dizer de bons e longos papos cheios de afinidades, durante horas incontáveis? A amizade supera o amor, porque não sofre como este de ataques de ciúmes, não se desgasta com o tempo. Pelo contrário, quanto mais passam os anos, mais forte se torna, assim como árvores frondosas que se agigantam na velhice e não se altera mesmo sob as tempestades. É a amizade um sentimento livre, porque não sendo possessivo como o amor, pode ser compartilhada sem preconceito de sexo, cor, raça ou idade. Através da amizade a criatura humana expande toda a força da solidariedade e anula o egoísmo e fica feliz com a felicidade ou sofre com a adversidade do amigo. Por que não inventar uma droga que tomada em doses pequenas, despertasse nos corações humanos a doce satisfação de querer bem, o sólido propósito de não ofender. Ninguém jamais seria desprezado por não estar bem vestido. Dar-se-ia o devido valor ao interior das pessoas, ninguém assumiria atitudes superiores só porque subiu um pouco na vida. A amizade impediria que pessoas, quando em companhia de gente importante, virasse o rosto para não ver o vizinho de menos sorte. Ficaria para sempre sepultada a mais vazia e antipática frase que se conhece e algumas pessoas gostam de usar por aí: Você sabe com quem está falando?
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