Casaram. “Mozão” pra lá, “mozão” pra cá, até que um dia começam as implicâncias. Ela reclama que ele chega suado e se joga na colcha de piquê branca. Ele diz que ela anda mal-humorada. Ela, por sua vez, se queixa que ele ronca, enquanto ele afirma que ela tem os pés gelados demais. E, assim, dia após dia, o amor vai desalinhando, saindo do eixo e tornando-se um fardo para ambos.
Separaram. Cada um agora tem o seu próprio espaço. Mas dois meses longe um do outro é o suficiente para o amor começar a cutucar e dar sinais de que ainda estava por ali, rondando o mesmo casal.
Como são pessoas adultas e civilizadas, sentaram para conversar. Um novo acordo se fez: mantêm-se em casas separadas, mas esses dois voltam a namorar.
Foi-se o tempo que o amor cabia num determinado padrão. Que o “feliz para sempre” tinha que ser vivido entre as mesmas paredes, dentro de uma rotina que geralmente não se apresenta de forma fácil.
Cada casal hoje faz as suas escolhas, vê o que melhor lhe convém. Fecham acordos e fazem ajustes entre eles. O amor com suas novas configurações é um assunto íntimo e particular e só diz respeito aos envolvidos.
A sociedade ainda torce o nariz para tudo que foge à regra do que ficou convencionado como aceitável. Mas, cada vez mais, os casais vão arranjando novas fórmulas de se reinventar dentro do mesmo amor.
Isso acontece porque os anos passam, as ideias mudam, a visão de mundo se transforma. É muito provável que aos 50 anos você não possua mais a mesma linha de pensamento dos 25 anos. É possível que, no transcorrer desse tempo todo, algo de bom tenha ventilado em você e, hoje em dia, passe a enxergar as coisas de uma forma mais madura e leve.
Então, que a gente pare de se agarrar às teorias de certo e errado e abra um olhar mais livre de regras e preconceitos.
O que esses casais andam fazendo é nada mais do que salvar o amor. Entenderam que são os sentimentos que estão realmente em jogo, e não as convenções.