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Crônicas

A plaquinha que me fez pensar

Publicado

em

Por: Kátia Muniz

Na plaquinha de madeira, feita com todo o capricho, estava escrito em letras amarelas: “Nunca desista”.

A princípio, a leitura causa um impacto. Persistir, lutar pelos objetivos é necessário, eu sei. Mas há de se saber também o momento de parar.

Talvez seja importante entender que desistir nem sempre é sinônimo de derrota. Muitas vezes é, simplesmente, desvio de rota. Algumas pessoas denominam até de livramento.

Eu mesma não costumo desistir fácil. Invisto minhas energias. Entrego-me com toda a intensidade que habita em mim. Mas se, depois de tanto investimento, não me deparar com resultados compatíveis aos esforços, caio fora sem olhar para trás.

O exemplo a seguir é simplório, mas válido.

Trafegava por uma rua, quando o veículo à minha frente deu sinal que iria estacionar numa vaga entre dois carros. A primeira tentativa foi frustrada; a segunda, idem; a terceira, nem preciso mencionar. O condutor desistiu? Não. Continuou. Em consequência disso, formou-se uma fila de carros. As buzinas dispararam informando que paciência é artigo de luxo e, atualmente, encontra-se em extinção. Depois de cinco tentativas, o motorista, finalmente, deu-se por vencido. Saiu cantando pneus, irritado com a falta de êxito. 

Por que, mesmo tendo indícios claros de que a vaga era pequena para o tamanho do carro que ele dirigia, continuou a insistir?

Seria excesso de orgulho? Ego inflado? Vergonha de desistir no meio do caminho?

No fundo, no fundo, a gente sabe quando deve parar de apostar as fichas em situações que não valem mais a pena. Além do que, a nossa intuição também sopra nos nossos ouvidos e faz soar o alerta: “Já deu”; “Sai disso”; “Chega, né?”; “Não adianta mais, admita”.

Mas insistimos em relacionamentos em que só um emana forças para fazer dar certo. Cursamos, na faculdade, algo que nada tem a ver com o nosso perfil pessoal. Frequentamos lugares em que somos convidados apenas por mera convenção social e jamais por laços afetivos. 

Portanto, para que tanta teimosia?

É preciso que enxerguemos o óbvio. Nem toda vaga nos cabe.

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