O segundo jogo contra um time visitante terminou em 1 a 0 para o Curytiba. Como era normal no início do futebol, o resultado negativo para o Brazil não alterou os ânimos dos torcedores locais e os curitibanos não enfrentaram qualquer tipo de hostilização. Muito pelo contrário, assim como aconteceu na primeira partida contra uma equipe visitante, o segundo jogo acabou com uma grande e animada festa.
Dentro do mesmo espírito de amizade e respeito demonstrados no primeiro jogo com a participação de uma equipe de fora, este segundo encontro também aconteceu sob um clima de intensa cordialidade e respeito. Como vimos no texto anterior, já na estação de trem os jogadores e sócios foram muito bem recebidos. Depois da partida o tratamento não mudou e finalizado o “match” as comemorações continuaram. Abaixo de muita festa, “entre hurras e vivas”, a multidão caminhou até o Hotel Jonscher, onde serviram o grande almoço oferecido pelo Brazil. Distribuíram um “profuso copo de cerveja gelada” para animar ainda mais a celebração e durante a cerimônia houve várias saudações e discursos. Após o almoço, sob o calor de muitas palmas, os integrantes do clube curitibano, acompanhados pela multidão, retornaram à estação ferroviária. Fechando a grandiosa recepção, a diretoria do Brazil ainda tomou o trem com os visitantes até a parada no Porto Dom Pedro II.
Apesar da derrota, o jornal local parabenizou o Brazil, afinal, o time da capital possuía o triplo da idade e muito mais experiência. De acordo com um periódico da capital, os jogadores curitibanos ficaram encantados pela maneira gentilíssima que foram recebidos em Paranaguá. Entre as torcidas, aquele tipo de respeito há tempos é algo raro. Mais grave é ver o respeito sumindo também da nossa sociedade.
Por Alexandre Camargo de Sant’Ana