Em 1972, ao lembrar o aniversário de 342 anos de Paranaguá, o jornal “Diário do Paraná” publicou outro extenso artigo sobre a primeira cidade do Paraná. Antes de expor o conteúdo dessa matéria intitulada “A Paranaguá com amor e carinho”, vale comentar que o jornal explicava em uma pequena caixa de texto: apesar dos “muitos […] que nos julgam parnanguaras de nascimento”, esse não era o caso. Entretanto “Amamos Paranaguá como se lá tivéssemos nascido”.
Assim como no texto analisado na semana passada, a matéria de 27 de julho de 1972 também citou as maneiras como os turistas podiam descer a Serra. Diferente de antes, “a pitoresca Estrada da Graciosa”, com seus 111 quilômetros de “paisagens deslumbrantes surgindo a cada curva”, apareceu na lista dos possíveis caminhos até o litoral. Naquele ano, a empresa de ônibus responsável pela ligação entre Paranaguá e Curitiba era a “Sulamericana”, oferecendo transporte de hora em hora desde as 6 da manhã e custando Cr$ 4,81. Apesar de mostrar todas as opções, o jornal afirmava ser “evidente” que o turista escolheria “conhecer ou rever a viagem por ferrovia, atravessando a Serra do Mar”. Além da Litorina, ao preço de Cr$ 7,00, havia o trem convencional: primeira classe (Cr$ 3,70) e segunda (Cr$ 2,20).
Sobre a cidade, o artigo elogiava o Mercado Municipal, que “À beira do rio, oferece os produtos da terra e do mar, além de exemplares do artesanato caboclo, principalmente cestaria”. Também fornecia “uma refeição simples e barata”, além do “bolinho de camarão” e da “banana empanada”, fritos “na hora e na cara do freguês”. Um dos pontos turísticos era o Relógio de Sol na Praça João Gualberto: “ignoramos porque tem diferença de meia hora com o relógio da gente”.
Por Alexandre Camargo de Sant’Ana