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Centro de Letras

Praça Municipal

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O Relógio de Sol é o objeto de estudo desta série de textos, mas existem diversas maneiras de se analisar um elemento histórico. Uma pesquisa superficial, pouco nos conta sobre o objeto e muito menos sobre o contexto no qual ele surgiu. Com o relógio não é diferente. Poderíamos simplesmente informar sua data de construção e o nome do construtor, sem contextualizar seu aparecimento e sem retirar praticamente nenhuma informação do monumento. Entretanto, parece bem mais interessante apresentar o Relógio como resultado de uma rede de conexões ao longo do tempo, mostrando como a união de certos fatores permitiu o Relógio de Sol existir ali, naquele lugar. Deste modo, entendemos como a região do Relógio não passava de um pântano no início do Século XX: um local de movimentação popular, com uma fonte, um riacho, uma lavanderia e uma cruz em nome de alguém chamado Pica-Pau, assassinado há décadas naquelas redondezas. Em seguida, percebemos a importância da eletricidade ao desenvolvimento do futuro Porto Dom Pedro II e a consequente alteração no sentido de crescimento da cidade. Acompanhamos a transformação do jovem Caetano em médico, deputado e prefeito, compreendendo como ele contou com o apoio da Câmara para transformar a velha Paranaguá em uma cidade mais moderna e limpa, seguindo um modelo urbano conectado ao discurso científico da época, no qual pântanos e banhados eram vistos como inimigos da saúde e produtores de miasmas infecciosos. Além disso, houve a quebra de contrato original de 1909 e a revisão das cláusulas contratuais quando a nova empresa assumiu, deixando a Prefeitura como responsável pela rede de esgotos. Esses fatores reunidos resultaram na Praça João Gualberto, chamada de Praça Municipal em 1912 e que passou por diversas transformações nas décadas seguintes.   

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