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Água na Cadeia

Antes de tudo era necessário levar os canos e os equipamentos do Porto d’Água até a Serra do Mar.

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Em julho de 1912, segundo um artigo do “Diario do Commercio”, os serviços de instalação da água potável estariam iniciando, mas a velocidade dos acontecimentos era lenta e apenas em outubro a “Empreza” realmente instalou um escritório em Paranaguá, na Rua XV, ao lado da Igreja da Ordem, no antigo prédio do extinto Café Central, que passou por uma reforma geral para ser reocupado. No final do ano os vereadores permitiram a prefeitura a contrair um empréstimo com o governo estadual no valor de 1:200:000$000 (mil e duzentos contos de reis), para diversas melhorias e a construção da rede de esgotos.

Antes de tudo era necessário levar os canos e os equipamentos do Porto d’Água até a Serra do Mar, tudo através de carroças.

O trânsito intenso dos carroções danificou a estrada das Colônias, já castigada pelas chuvas, obrigando reformas constantes em diversos pontos. Em novembro o fiscal da prefeitura intimou a “Empreza” a apresentar as plantas dos trabalhos e cobrou o término das obras no prazo. Mais uma vez os planos não se concretizaram, pois novamente alguns equipamentos chegaram ao porto com atraso, apenas em meados de janeiro de 1913. Desta vez a prefeitura exigiu uma contrapartida da empresa em troca da prorrogação e deu um tempo para os diretores pensarem no assunto: seriam responsáveis pela “luz pública” da cidade e deveriam inaugurar o sistema de água potável no feriado de 21 de abril.

Toda esta demora virou piada entre a população parnanguara no carnaval de 1913, em fevereiro, com um bloco ironizando a lentidão nos trabalhos do abastecimento d’água. A comissão formada por alguns rapazes desfilava pelas ruas de Paranaguá como se fosse um grupo de trabalhadores assentando canos de taquaras.

Por Alexandre Camargo de Sant’Ana

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