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Como estamos vendo, a sociedade parnanguara da década de 30 não era assim tão diferente: havia greve de trabalhadores por melhores condições de trabalho, disputas políticas, derrubada de estátuas, revolta popular com destruição de propriedade privada após um assassinato covarde, golpes em seguradoras, apoio à prisão de menores em colônia correcional no meio de uma ilha e indignação com funcionários públicos que tentavam acabar com uma pandemia. 

Outra similaridade era o culto a personalidades. Em março de 1937, faleceu o político Coronel José Gonçalves Lobo, “benemérito filho de Paranaguá” e “vulto de inconfundível destaque”. Desde moço teria deixado de lado os interesses privados e dedicado sua vida à política e ao progresso de Paranaguá, lutando pela abolição e pela República (através do Clube Republicano). Sua enfermidade fora acompanhada com atenção pela população e no dia do seu enterro, uma enorme massa de pessoas compareceu ao cortejo fúnebre.

Geograficamente falando, a cidade continuava passando por mudanças e crescendo em direção ao Porto Dom Pedro II, mas ainda havia aquele espaço vazio, chamado Praça João Gualberto, que precisava ser ocupado. Após o incidente no parque de apostas, com o assassinato covarde e a população revoltada queimando tudo, o governo municipal ofereceu parte do terreno para construção do novo correio. Todavia a obra demorou anos para ser concluída e em algum momento – antes do término do correio novo – a prefeitura construiu um prédio naquela praça. Não tenho os detalhes sobre este imóvel do executivo municipal, mas sabemos que não ficava na região do Ginásio de Esporte, nem da Biblioteca, INSS ou terminal, pois estes locais foram ocupados apenas posteriormente. No mês da morte do Coronel José Lobo, a cidade doou o prédio e toda a Praça João Gualberto ao Clube Olímpico.

Por Alexandre Camargo de Sant’Ana

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