O grupo político no poder, tanto no estado do Paraná quanto na prefeitura de Paranaguá, sofria ataques constantes da oposição por conta dos problemas na geração de eletricidade. O prefeito pouco podia fazer para melhorar o sistema local, pois isso era responsabilidade do governo estadual. Todavia o governador estava mais preocupado com a produção portuária e com a economia do estado do que com a cidade de Paranaguá.
Em meados de 1958, a Usina de Cotia permanecia uma promessa e Paranaguá continuava sofrendo com a falta de luz. Além disso, “ultimamente Paranaguá se tem defrontado com uma série de crises”, principalmente com “a paralização das exportações de café”, um problema nacional que impactava negativamente a economia parnanguara. Era um “clima psicológico de sacrifício”. Mais uma vez em caráter emergencial, o governador teria autorizado o DAEE a instalar um novo conjunto a diesel para tentar restabelecer “a normalidade desse serviço público essencial à vida da cidade e do porto”. Porém a solução definitiva viria somente com a conclusão da “usina hidrelétrica de Cotia”.
Apesar das promessas, colocar os planos em prática sempre foi mais difícil do que parecia ser. Se quisermos apontar dois pontos comuns durante as cinco primeiras décadas de eletrificação da cidade de Paranaguá, poderíamos escolher a não concretização de projetos e os atrasos nas entregas das obras. Com a Usina de Cotia não foi diferente e sua conclusão mostrou-se muito mais demorada do que o planejado. Sem ela, Paranaguá permaneceu sofrendo com a falta de energia elétrica, uma privação que “não é recente, mas, ao contrário vem de longa data, com soluções superficiais a curto prazo, que não atendem às suas necessidades de crescimento” . A oposição era quem mais se fortalecia.
Alexandre Camargo de Sant’Ana