Esta semana, de 1.º a 7 de agosto, é comemorada a Semana Mundial da Amamentação. A campanha visa a incentivar o ato de amor consolidado no contato entre mãe e filho e a importância do leite materno para os bebês. O movimento acontece em 120 países, que estão espalhando orientações sobre como as mulheres podem lidar com esse momento da melhor forma.
Umas das preocupações das mães no período ainda da gravidez é a capacidade de geração de leite. No entanto, segundo a pediatra e especialista em neonatologia, Dra. Cristiane Lemos, não há motivos para se preocupar, já que a baixa do leite só acomete cerca de 5% das mulheres. “Geralmente causada por cirurgia de redução das mamas, desnutrição grave ou tensão emocional. Na maioria dos casos, o leite começa a ser produzido por volta da 16.ª semana de gestação”, afirmou.
Para evitar que isso aconteça, as mães devem se hidratar bem, ingerindo de três a quatro litros de líquido por dia, ter uma boa alimentação com a ingestão de muitas frutas e cereais integrais, ter boas noites de sono e evitar o estresse.
Pode acontecer também uma situação contrária ao que amedronta as mulheres, pois algumas produzem leite em excesso. Neste caso, é recomendado o uso de bombinhas e compressas frias após a amamentação, além do consumo de chás de sálvia ou menta.
O momento certo de oferecer a mama para o filho é conforme a necessidade do bebê. “O que também ajuda a aumentar a produção natural de leite, que deve ser o único alimento da criança até os seis meses de vida. Após esse período, é recomendado que a criança mame até os dois anos de idade”, explicou a pediatra Dra Cristine.
Algumas situações podem parecer anormais em um primeiro momento, como sensibilidade, inchaço, mamilos mais escuros e auréolas maiores, acompanhadas de bolinhas pequenas. Mas a pediatra esclarece que são comuns nesta fase. Podem ocorrer ainda rachaduras, fissuras, inflamações e estrias. “Para minimizar esses problemas, a gestante pode pegar sol nas mamas por um período de 15 minutos diários e lavar os mamilos e auréolas apenas com água, para manter a hidratação natural”, enfatizou Dra. Cristine.
VÍNCULO FORTALECIDO
A pequena Helena tem pouco mais de um ano, mas a mãe Valéria Lullez sabe da importância da amamentação e deixa a filha escolher o melhor horário para ela se alimentar com o leite materno. “Já tenho um filho de cinco anos e sempre quis amamentar. Primeiro, pela saúde da criança, que fica mais resistente às doenças e também pelo contato. Não tem um número de mamadas por dia, quando estou em casa é na hora que ela quer”, disse.
O começo, assim como para a grande maioria das mães, não foi fácil. Exigiu esforço e dedicação para que os benefícios do leite materno fossem mantidos. “Tive alguns probleminhas comuns para as mães, para a chamada pega da criança. Depois de uns 20 dias ainda tive mastite, uma inflamação nas mamas, tive que fazer drenagem no hospital para tirar um pouco do leite, mas mesmo assim continuei”, relatou Valéria. A mãe pretende continuar com a amamentação até os dois anos de idade de Helena, seguindo o que estabelece a Organização Mundial da Saúde.
Luiza Fontes, que foi mãe há menos de um mês da Anastácia, teve receio durante a gravidez sobre se iria conseguir amamentar, já que passou por cirurgia de redução dos seios. “Estou muito feliz por estar conseguindo amamentar, pois na cirurgia são recortadas as auréolas e alguns dutos são interrompidos. A minha primeira filha consegui amamentar por muito pouco tempo e ela não conseguiu atingir o peso que deveria. Ela tinha muita fome e chorava muito no meu seio tentando sugar. Dessa vez, meu leite desceu muito rápido, não sei se por conta do parto normal”, relatou Luiza.
A mãe atribui o sucesso da amamentação ao parto normal, o tempo que já havia feito a cirurgia de redução das mamas e pela bebê ser tranquila. Mas também houve uma busca de informação durante a gravidez. “Eu quis muito tentar de volta amamentar. Me preparei muito para ganhar ela. E me informei de que existiam casos de mulheres com redução de mama que não conseguiram amamentar o primeiro filho e o segundo conseguiram”, contou Luiza.
“Estou muito feliz por estar conseguindo amamentar”, destacou a mãe de Anastácia, Luiza Fontes
Para Luiza, a amamentação tem papel fundamental na sintonia entre mãe e filho. “Sinto que é prazeroso para a bebê tanto quanto é prazeroso para mim. Sinto que ela faz parte do meu corpo. É impressionante, ela morava na minha barriga e sugando meu peito parece que isso nos aproxima novamente, como se juntasse o cordão umbilical novamente”, ressaltou Luiza.
Dicas para uma boa amamentação:
• Se possível e caso esteja em boas condições de saúde, amamente o bebê logo após o parto. Isso favorece o contato íntimo entre a mãe e o filho;
• Amamente seu bebê em um ambiente confortável. De preferência, em um local no qual você tenha como apoiar os braços;
• Coloque o bebê na altura do seio, encostando a barriga na dele;
• Esfregue delicadamente o queixo do bebê para estimular a abertura de sua boca, de modo que ela envolva também a auréola, e não somente o mamilo;
• Certifique-se de que ele está com as bochechas arredondadas, queixo encostado na mama e lábio inferior voltado para fora;
• Tenha paciência! A adaptação acontecerá naturalmente.