A Secretaria de Estado da Saúde alerta a população para que redobre os cuidados no inverno com as doenças cardiovasculares – aquelas que afetam o coração e os vasos sanguíneos. Especialistas afirmam que com a queda das temperaturas essas doenças tendem a aparecer mais, seja por fatores comportamentais ou fisiológicos.
“As doenças cardiovasculares estão entre as que mais causam danos à população. Precisamos conscientizar o paranaense para se prevenir contra estes males. Os cuidados precisam ser mantidos sempre, independente da estação do ano”, afirmou o secretário de Estado da Saúde em exercício, Sezifredo Paz.
Dentre as doenças que se encaixam nesta classificação, as principais – e que causam mais mortes – são o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral (AVC), que também é conhecido como derrame. O médico cardiologista André Ribeiro Langowiski destaca que estas enfermidades possuem níveis muito elevados de mortalidade.
“As doenças cardiovasculares são a maior causa de morte no mundo. Estas são doenças sérias que, muitas vezes, aparecem sem que o paciente tenha consciência”, destacou o cardiologista.
Dados da Organização Mundial de Saúde mostram que apenas em 2016 cerca de 17,5 milhões de pessoas morreram vítimas de derrames e infartos no planeta. O Paraná registrou nos últimos sete anos 64.397 mortes relacionadas a estas enfermidades, 34,4 mil delas associadas a infarto do miocárdio e 29,9 mil ligadas ao AVC. Entre maio e agosto houve aumento de 25% dos registros de casos de AVC e 22% dos casos de infarto.
FRIO
Existem dois fatores principais que causam o aumento de doenças cardiovasculares no inverno. O primeiro deles é fisiológico. “O frio provoca uma redução do calibre dos vasos sanguíneos. Isso faz com que as pessoas que já tenham propensão às doenças cardíacas aumentem o risco de desenvolvê-las”, salienta Langowiski.
Além disso, há o aspecto cultural. No inverno, as pessoas tendem a mudar seu comportamento, fazendo menos atividades físicas e aumentando a ingestão de alimentos calóricos, como gorduras, o que estimula o sedentarismo.
“Os hábitos de vida das pessoas se modificam. Estes novos comportamentos aumentam muito as chances de desenvolverem hipertensão, diabetes, obesidade e, consequentemente, terem um AVC ou um infarto”, reiterou o médico.
EXEMPLO
Aluizio Geraldo Leite, motorista de 58 anos, sentiu na pele as consequências deste mal. Em uma viagem que fazia ao interior do Estado, começou a sentir dores no peito que se espalharam por todo o corpo e, subitamente, começou a perder o controle de seus membros.
“Eu comecei a sentir uma dor de cabeça muito forte. Parecia que tinha levado um choque na cabeça. A partir daí já não enxergava mais nada. Enquanto eu ainda conseguia falar, pedi socorro e me levaram para o hospital”, contou o motorista.
Diagnosticado com acidente vascular cerebral, ele ainda hoje, dois meses após o incidente, sofre com as sequelas. Aluizio conta que continua sentindo dores pelo corpo e tem dificuldades para enxergar, além de conviver com constantes vertigens. “Sempre tenho que parar e pensar antes de ir a algum lugar, mesmo em distâncias pequenas, parece que vou desmaiar”, explicou.
Durante um derrame, a pessoa pode sentir fraqueza e dormência no rosto, braços e pernas, geralmente em apenas um lado do corpo. Também há dificuldade para falar ou compreender o que estão falando e para enxergar. Outros sintomas comuns são a dificuldade para caminhar, perda de equilíbrio e vertigens, além de dor de cabeça e vômito.
A Secretaria da Saúde enfatiza que ao apresentar qualquer um desses sintomas é recomendado que a pessoa ou alguém próximo ligue imediatamente para o Samu (192).