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Ciência e Saúde

Paranaguá possui 14 pessoas em tratamento de hanseníase

Campanha será iniciada nas escolas para conscientizar sobre a doença

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A hanseníase, antigamente conhecida como lepra, é uma doença contagiosa de grande impacto para a saúde pública devido às sequelas que ela pode deixar naqueles que não procuram tratamento. Em Paranaguá, o Programa Municipal de Tuberculose e Hanseníase, acompanha 14 pacientes, sendo que três deles já possuem alguma sequela, em virtude da falta de tratamento da doença. A transmissão ocorre pelo ar, assim como a gripe. A doença se manifesta, geralmente, em forma de manchas pelo corpo.

Úlceras, perda da força muscular e deformidades (mãos em garra, pé caído) são algumas das consequências de quem não procura tratamento. Tais problemas acarretados pela hanseníase fazem com que pacientes sejam afastados do trabalho, já que os danos são irreversíveis.

A coordenadora do Programa Municipal de Tuberculose e Hanseníase, Patrícia Muzetti Vianna Scacalossi, explicou que o Brasil é o terceiro País do mundo em casos de hanseníase. “Só perdemos para a Índia e Indonésia. É uma doença que ficou por muito tempo esquecida. Achavam que ela estava erradicada”, disse. Mas, como os casos começaram a aumentar no País, o Ministério da Saúde começou a lançar mais campanhas de conscientização a partir de 2010. “As pessoas conheciam como lepra, o que gerava um pouco de preconceito. Hoje denominamos de hanseníase”, frisou.

Segundo Patrícia, as pessoas que residem no litoral geralmente não se importam com as manchas. “Acabam confundindo com micose. Acontece que essa mancha atinge a pele, mas também o nervo. A bactéria corrói o nervo e há perda de sensibilidade. A hanseníase não dói, não arde, não coça e não cresce pelo no local”, indicou Patrícia. Esses fatores contribuem para que a população não procure atendimento na fase inicial.

NÚMERO DE CASOS

A coordenadora do Programa de Hanseníase atribuiu o aumento do número de pacientes a um trabalho de conscientização realizado no município. Em 2014 e 2015 foi realizado um projeto em parceria com a Faculdade Pequeno Príncipe para divulgação da doença. “O nosso número de casos até 2015 era de cerca de quatro em tratamento. Depois do projeto, chegamos a 19 pacientes. Notamos que a doença existe, mas a população estava desinformada”, conta Patrícia. “Esperamos realmente que esse número aumente para depois começar a reduzir”, completou.

 


Apenas 10% dos infectados apresenta a doença

 

O Ministério da Saúde considera que a doença está em fase de eliminação quando há um caso para cada 100 mil habitantes. “Temos em torno de 150 mil habitantes e 14 casos. É um número considerável. A nossa expectativa é que comece a diminuir para alcançarmos essa meta de eliminação da doença”, alertou Patrícia.

 

CRIANÇAS E ADOLESCENTES

O Ministério da Saúde começou a notar o aumento de casos em crianças e adolescentes. “A hanseníase evolui de forma muito lenta. A pessoa pode se contaminar hoje e apresentar os sintomas daqui a cinco ou sete anos. Por isso não víamos casos neste público e se tem criança doente é porque tem algum adulto próximo que está transmitindo e não está tratando”, analisou Patrícia.

Por isso, a partir de setembro, um trabalho de conscientização será iniciado nas escolas municipais de Paranaguá para tentar diagnosticar a doença de forma mais rápida. A campanha contará com material informativo para que as crianças levem o conhecimento também para dentro de casa.

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