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Ciência e Saúde

Estado leva atendimento social a quem vive em ilhas distantes

Programa Família Paranaense é a principal estratégia do Estado para erradicação da pobreza

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A 40 minutos de barco de Guaraqueçaba (litoral), depois de passar por muitas ilhas desabitadas, já é possível avistar algumas casas à beira-mar, que formam o pequeno povoado da Ilha de Taquanduva. Ali vivem sete famílias, todas em situação de vulnerabilidade social, e que têm a pesca como principal meio de subsistência.

Uma vez ao mês, a equipe do programa Família Paranaense de Guaraqueçaba aporta na ilha, para levar atendimento social aos moradores e assegurar que tenham acesso a políticas públicas e cidadania. A visita ao local é possível graças ao barco, do tipo voadeira, comprado pela prefeitura com recursos do Governo do Estado.

Lançado em 2012, o programa Família Paranaense é a principal estratégia do Governo do Paraná para erradicação da pobreza. Coordenado pela Secretaria da Família e Desenvolvimento Social, o programa está presente nos 399 municípios do Estado, e já atendeu mais de 280 mil famílias, 38 mil delas com acompanhamento familiar. Elas são atendidas com transferência de renda e ações integradas nas áreas de saúde, segurança alimentar, educação, habitação, assistência social, geração de emprego e renda. Os investimentos no programa chegam a R$ 181 milhões.

A secretária Fernanda Richa explica que, além da capacitação e do apoio técnico, os municípios que aderem ao programa recebem incentivos financeiros para aprimorar o atendimento. “É uma forma de fortalecer o trabalho desenvolvido pelas prefeituras, que são parceiras fundamentais no sucesso do Família Paranaense. Afinal, são elas que coordenam as equipes que estão lá na ponta, acompanhando de perto as famílias”, afirma.

MAIS FREQUENTES

A secretária de assistência social de Guaraqueçaba, Gisele Sarubi, conta que a embarcação usada pela equipe do Família Paranaense é o principal meio de transporte para chegar até as 27 ilhas que pertencem ao município. Em todas, há ao menos uma família acompanhada pelo programa.

“Antes, as visitas eram mais espaçadas e pouco frequentes, pois tínhamos que usar barcos de outras secretarias municipais, como saúde e educação”, conta Gisele. “Agora, podemos planejar melhor o atendimento e o acompanhamento às famílias”.

VIDA MELHOR

A família da dona de casa Lourdes Mendes, de 52 anos, está entre as que recebem as ações do Família Paranaense, em Taquanduva. Desde que a equipe do programa começou a visitar a ilha, Lourdes, o marido – que é cadeirante – e os quatro filhos têm recebido atenção e apoio para melhorar as condições em que vivem.

“A gente vive do caranguejo, mas quando não é época a situação fica muito difícil”, diz ela. “Essa ajuda que eles (Família Paranaense) dão para nós é bem-vinda. Sempre estão aqui, visitando a gente, perguntando o que a gente precisa”, conta Lourdes.

Além de receber o Renda Família Paranaense, repasse do Estado que completa a renda mensal, a família passou a ser visitada pelos Agentes Comunitários de Saúde. Lourdes, que é analfabeta, foi matriculada no programa de alfabetização de adultos, e a filha Rafaela Mendes, 27 anos, agora já tem documentação básica.

“Passei por muitas dificuldades, meu marido ficou doente, caiu minha casa e eu não podia fazer outra, mas eles me ajudaram. Estou aqui com a ajuda deles”, lembra Lourdes, se referindo ao grande temporal que atingiu a ilha há alguns meses e danificou a maioria das casas.

UNIDADE MÓVEL

Guaraqueçaba está a quase 170 quilômetros de Curitiba. O acesso pode ser por terra – em quase quatro horas de viagem – ou pelo mar. Em condições favoráveis de tempo, as embarcações que saem de Paranaguá levam 40 minutos para aportar na cidade.

São 8 mil habitantes no município, 3 mil deles vivem nas ilhas. Há, ainda, muitas famílias de baixa renda que vivem em comunidades distantes da área urbana. Para chegar até elas, o Governo do Estado cedeu ao município uma van adaptada ─ chamada de unidade móvel –, que leva o atendimento do Família Paranaense a áreas rurais, isoladas e de difícil acesso.

“A van facilitou muito nosso trabalho, formamos a equipe volante que leva até as comunidades o acesso às políticas públicas e aos direitos garantidos por lei”, explicou Gisele.

Além da voadeira e do veículo, a Secretaria da Família e Desenvolvimento Social repassa recursos contínuos para que a prefeitura possa melhorar e ampliar o atendimento às famílias que vivem em situação de risco e vulnerabilidade social. Em cinco anos, o apoio financeiro para a assistência social da cidade foi de R$ 1,5 milhão.

AEN
Foto: Aliocha Maurício / SEDS

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