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Ciência e Saúde

Câncer de mama fez professora ver a vida de outra forma

No Instituto Peito Aberto, Edileuza encontrou motivos para continuar sua caminhada

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No dia 11 de agosto de 2016, a professora e pedagoga da rede municipal de ensino, Edileuza Fernandes Gonçalves, de 40 anos, recebeu o diagnóstico de câncer de mama. A luta não foi fácil, ela precisou passar por um longo período de quimioterapia, além de vencer os próprios medos, já que sua irmã havia falecido há quatro anos em decorrência da doença. Edileuza é uma das pacientes do Instituto Peito Aberto de Paranaguá, onde encontrou um apoio a mais para enfrentar o tratamento.
A suspeita do câncer se deu durante o banho, quando sentiu um nódulo no seio direito e resolveu marcar uma consulta médica. “Trabalhava nos três períodos nesta época e, por isso, fui adiando a consulta. A médica, de imediato, pediu uma biópsia, uma ressonância e me deu o diagnóstico”, contou.
O choque foi ainda maior para Edileuza, pois ela havia perdido a irmã de 28 anos há quatro anos por câncer também na mama direita. 

“Quando descobri o tumor, eu baixei minha cabeça, chorei muito e queria fugir. Não contei para ninguém, nem para os meus filhos, Júlia e Gustavo. Fiz todo o acompanhamento só com o meu marido. Não tinha como dar uma notícia dessas para a minha mãe, que já tinha perdido uma filha. Eu pensei que poderia esconder por muito tempo dela e de todos, pois não pensei que precisaria fazer quimioterapia”, relatou Edileuza.

A professora precisou fazer uma cirurgia para retirada do tumor, se afastou das escolas onde atuava, passou por seis meses de quimioterapia e 32 sessões de radioterapia. “No retorno da cirurgia, tive que chamar todo mundo e contar. As únicas duas pessoas que souberam da cirurgia foram as diretoras da escola Eloína Loyola de Camargo Viana e da Leôncio Correia, por conta que tinha que dar uma satisfação da minha ausência”, disse.

 

UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL

A chegada ao Instituto Peito Aberto se deu por um convite da presidente Fabiana Parro. “Elas me acalmaram bastante, contaram a história delas e, quando eu saí, disse para a minha mãe que tudo aquilo era falso e ela me disse: você passou uma tarde toda ouvindo as meninas falarem e está chamando elas de mentirosas? Eu estava com a autoestima muito baixa e não acreditava que a gente poderia sorrir depois de um câncer”, lembrou Edileuza.
Com o passar dos dias, a professora foi se convencendo de que era possível passar pela doença e que poderia contar com o apoio do Instituto e das meninas que fazem parte dele. 

“Descobri que o meu caso é pequeno se comparado a outros. Passei por seis meses de quimioterapia e não precisei tomar medicamento. É uma vida antes do câncer e outra depois. Hoje, vejo tudo de outra forma, o que importa é nosso bem-estar e eu não tinha tempo para isso”, expôs.

Coisas pequenas que incomodavam no dia a dia ficaram para trás e a vida tomou outra cor, forma e sentido. “É tão bom acordar cedo para trabalhar e eu tinha muita preguiça. Quando abro o olho, agradeço por estar viva e bem, sem dor. O que é acordar 6h30? É uma dádiva de Deus. Reclamava de acordar 6h30 e tive que acordar 5h30 para uma sessão de radioterapia. O que é pior? Mil vezes estar em uma sala com 30 alunos do que enfrentar a situação em um hospital”, revelou Edileuza.

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