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Ciclone extratropical e maré alta ocasionaram alagamentos

Professor esclareceu como o evento ocorre no litoral do Paraná

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Após alagar casas em vários bairros de Paranaguá, o fenômeno ocorrido na tarde de quinta-feira, 15, voltou a acontecer durante a madrugada de sexta-feira. Alguns moradores relataram, ainda, que ocorreu de forma mais intensa à noite que à tarde. O pesquisador e professor do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (CEM/UFPR), Marcelo Lamour, explicou como a “supermaré” ocorre e se há como prever para evitar transtornos.

Na terça-feira, 13, o ciclone extratropical presente ao largo da costa do Uruguai chegou ao Rio Grande do Sul alterando o tempo, espalhando chuva e provocando ventos fortes. De acordo com a Capitania dos Portos do Paraná, o fenômeno que aconteceu em Paranaguá tem ligação com o ciclone extratropical que alcançou o sul do País nesta semana, pois esteve aliado à maré cheia.

A maré cheia não é um fenômeno raro, porém, aliado ao ciclone, atingiu a costa paranaense e todo o sul do País de forma intensa. A Capitania ainda informou que o ocorrido não coloca em risco a navegação, apesar de que todos os cuidados devem ser mantidos, independente do clima. 

 

CICLONES

O professor do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (CEM/UFPR), Marcelo Lamour, explicou que a entrada de ciclones acontece muitas vezes ao longo do ano. “A conjunção de frentes frias e ventos mais fortes, do quadrante sul e sudeste, empurram a água na direção do continente e aumentam a potência das ondas a uma distância bem grande da costa. Esses ventos fortes do ciclone foram associados a uma lua cheia ou lua nova, quando as marés estão mais altas, o que chamamos de maré de sizígia”, esclareceu Lamour.

 

 

Quando essa associação de elementos chega à costa, ela pode ser chamada de ressaca. Nos estuários, como em Paranaguá, as correntes de maré não conseguem esvaziar. “No nosso caso, a maré sobe e desce duas vezes ao longo do dia. Nestes períodos de maré alta, com ventos e mar agitado, a água fica presa dentro do estuário e ainda recebe mais água vinda do oceano”, ilustrou o professor, o que explica o motivo de ter ocorrido novamente alagamentos durante a madrugada de sexta-feira.

 

PREVISÃO

Assim como é possível verificar a previsão do tempo, o mesmo acontece com o avanço dos ciclones. “O ciclone no atlântico sul está sempre lá, pois é um movimento natural. Teoricamente, qualquer climatologista acompanha esses movimentos, mas como é uma previsão, ela pode se confirmar ou não. Muitas vezes, o ciclone está intenso, mas acaba se dissipando antes de atingir o continente”, ressaltou Lamour.

Segundo o Climatempo, a agitação marítima diminuiu e se afastou cada vez mais na sexta-feira em toda a região sul. “O grande ciclone extratropical que provocou intensa agitação marítima vai se afastando cada vez mais em alto-mar”, frisou o portal.

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