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Gestão da água

(…) As obras da instalação do sistema seriam as maiores de todo o Estado do Paraná.

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O jornal local definiu a água potável encanada como “o maior beneficio de tanto annos, aciosamente esperado”. As obras da instalação do sistema seriam as maiores de todo o estado do Paraná, não apenas pelo tamanho da captação na serra, mas também pela alta qualidade do material utilizado. Tamanha era a importância deste novo serviço que o prefeito não precisaria fazer mais nada na cidade, afirmou o jornal. Principalmente por custar zero aos “cofres municipaes, sendo todo o custeio […] a cargo da Empreza” – até mesmo os honorários do engenheiro municipal. Paranaguá finalmente se livrava da “carestia com que se obtinha a água da fonte, distribuida em carroças pipas”. Não tão cedo!

Apesar do otimismo do jornal local, nem todos possuíam acesso à água potável encanada na época da inauguração. Em agosto de 1914 diversos locais continuavam sem o fornecimento, obrigando a prefeitura a manter o sistema antigo de fontes e carroças pipas por mais um tempo. Além disso, era necessário regulamentar a distribuição da água encanada, definindo as quantidades mínimas e o valor da tarifa, obrigando a todos a aderirem ao novo sistema e proibindo antigas práticas de captação de água, entre outros. Em suma, a prefeitura deveria garantir o lucro à “Empreza” e ao mesmo tempo proteger os interesses dos cidadãos, principalmente contra cobranças abusivas. Também precisava manter os novos pontos de acesso à agua (como o chafariz francês), em ordem e garantir a boa utilização dos equipamentos, principalmente porque havia vandalismo.

Deste modo, apesar da elevada moral do prefeito, alcançada pela excelente melhoria na cidade (além de outras obras, pois em sua gestão Paranaguá passou por uma importante modernização urbana), mesmo assim nem tudo foi tranquilo. Veremos os detalhes nas semanas seguintes.

Por Alexandre Camargo de Sant’Ana

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