Uma greve nacional dos bancários foi anunciada para começar hoje, terça-feira, 6, em todo o País. Mas, nos municípios do litoral paranaense, a decisão foi de que a greve ocorrerá a partir de quinta-feira, 8. Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 5%, além da reposição da inflação no período (INPC), que é de 9,57%.
As negociações começaram no dia 14 de julho e, após quatro reuniões, a Federação patronal ofereceu reajuste que representava apenas 80% do INPC, mais abono de mil reais, como informou a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro.
O diretor do Sindicato dos Bancários de Paranaguá e Região, Walter Picanço Caetano, afirmou que, em Curitiba, a greve tem início hoje em todos os bancos. “No litoral, iniciaremos na quinta-feira, em todos os municípios. Foi esta a decisão da assembleia. Em Curitiba é feriado na quinta e na sexta é ponto facultativo”, frisou. A decisão foi estabelecida em assembleia realizada na sexta-feira, quando os dirigentes não concordaram com o ajuste proposto.
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) é de 9,57% e os bancos ofereceram um ajuste de 6,5% sobre o salário e benefícios, como vale-alimentação e auxílio creche, além de uma quantia em abono. “As reivindicações são acerca do INPC mais os 5%, essa é a negociação, e os banqueiros ofereceram 6,5% e um abono de R$3 mil. A previsão do INPC é 9,78% e, por isso, não houve acordo”, explicou o diretor do Sindicato da categoria.
Todos os bancos, tanto públicos, como privados, ficarão paralisados. Os serviços que os clientes costumam resolver no interior dos estabelecimentos estarão suspensos, apenas os caixas eletrônicos funcionarão normalmente. “Respeitaremos as regras das greves, de manutenção de atendimento de, no mínimo, 30% dos funcionários. Em um quadro de dez funcionários, por exemplo, poderão entrar três, o que faz parte da negociação com os grevistas”, afirmou.
MOVIMENTO
Após o anúncio de paralisação dos serviços bancários na última semana, muitas pessoas procuraram as agências durante o dia de ontem, gerando fila na porta das agências. A orientação é para que os clientes se preparem, antecipando pagamentos, transferências e demais serviços que precisam ser realizados, exclusivamente, no interior do banco, para evitar transtornos.
O prazo para o fim da greve não foi estipulado. “Ficaremos em greve até uma próxima negociação que ainda não tem data definida. Geralmente, espera-se começar a greve para depois procurar uma proposta, mas não temos como prever quando ocorrerá uma nova negociação”, salientou Walter.