Que não somos seres unicamente racionais, já é sabido. A ideia de que a racionalidade lógica é a única inteligência existente, não é mais aceita nos dias atuais.
O termo “inteligência” já sugere a relação entre aspectos funcionais da natureza humana. Segundo Antunes, ‘inter’ = entre e ‘eligere’= escolher, ou seja, ora agimos de forma mais racional, ora deixamos nossas emoções falarem mais alto.
Ser inteligente é a habilidade de associar novas experiências as já adquiridas. Assim, ocorre o amadurecimento do sistema nervoso central (estruturas cerebrais), modelando a maneira mais eficaz de atuação no contexto em que se encontra.
Gardner, neuropsicólogo, discorreu sobre a ideia de que existem várias inteligências, além do raciocínio puramente lógico. São elas:
- Lógico-matemática: habilidade de resolver cálculos e problemas matemáticos. Sua manifestação permite ao indivíduo fazer deduções estratégicas de maneira lógica e eficiente.
- Linguística: bom uso da palavra, possui capacidade facilitada em aprender novos idiomas. O indivíduo com esta inteligência aguçada apropria-se do dom da oratória, tem ótimo discurso e boa comunicação.
- Espacial: tem facilidade em orientar-se no espaço. Reconhece e manipula situações que envolvam apreensões visuais. Por exemplo, a capacidade de estimar medidas e a disposição de móveis em um local vazio ou de montar um look, apenas olhando para as roupas no cabide.
- Físico-cinestésica ou corporal-cinestésica: potencial de usar o próprio corpo e seus movimentos para resolver problemas, superar desafios, alcançar objetivos ou fabricar produtos. Esportistas e dançarinos são alguns exemplos.
- Interpessoal: capacidade de entender os sentimentos alheios, de ser empático com o outro. Isso lhe garante bons relacionamentos.
- Intrapessoal: entendida como autoconhecimento. São pessoas com grande autonomia, capazes de usar o entendimento sobre si próprio para alcançar objetivos e motivar-se.
- Musical: aptidão com padrões musicais, seja para apreciar, cantar, compor ou tocar instrumentos.
Mais tarde, Gardner acrescentou à lista, a inteligência naturalista: pessoas que possuem forte relação com a natureza e uma habilidade incomum em reconhecer e classificar espécies de plantas e animais.
Você deve estar tentando, neste momento, “decidir” qual inteligência é a sua. Mas, é interessante que saibamos que todos temos estas capacidades, umas mais afloradas que as outras, seja por aptidão ou por atuação em contexto.