A enfermagem é a arte de cuidar, de dar assistência e de se colocar no lugar do paciente dentre outras atribuições. Muitos chegam a dizer até que é um sacerdócio, devido à rotina diária, a qual, muitas vezes, é exaustante.
Para Juliana Pereira de Queiroz, de 37 anos, enfermeira que atua na área da saúde há mais de 14 anos, não é diferente. Atualmente, trabalha na Unidade de Saúde do Santos Dumont, da Secretaria Municipal de Saúde de Paranaguá, onde está trabalhando há três anos. Também atua na campanha de vacinação da Covid-19, que está sendo realizada na Estação Ferroviária, em Paranaguá, bem como em plantões no hospital de campanha, que funciona anexo ao Hospital João Paulo II.
Juliana conta que escolheu seguir a profissão por gostar de cuidar das pessoas e teve inspiração em uma pessoa da família. “Sempre tive um cuidado especial com as pessoas, minha inspiração foi minha tia Eunice Kowalczyk, que iniciou na enfermagem e, hoje, é médica atuando nos EUA, ela me incentivou muito. Fui me apaixonando cada vez mais, desde a formação estudando, e no dia a dia para poder ajudar as pessoas e tentar fazer o melhor”, comenta a enfermeira, ressaltando a importância da dedicação ao próximo. “Ser enfermeira é se dedicar ao próximo, tentar fazer com que as pessoas tenham uma qualidade de vida melhor, é levar e elevar a saúde cuidando das pessoas”, completa.
Questionada se algum dia imaginou passar por esta situação que o mundo vive com a pandemia, Juliana comentou que jamais pensou em algo neste nível. “A verdade é que a gente nunca imaginou que passaríamos por uma pandemia e que tivesse esta dimensão que vivemos com a Covid-19, pois é mundial. E a gente vai se adaptando com tudo que vai acontecendo, e com a esperança que com a vacinação e com os cuidados a gente consiga passar por tudo isso, pois temos confiança que vai passar”, enfatiza.
Quanto aos plantões, a enfermeira ressalta que desde o início da pandemia tudo vem sendo muito intenso. “Na unidade de saúde tenho uma rotina, em que também buscamos evitar aglomerações, e nos doamos ao máximo como profissionais de saúde. Nós, como linha de frente de tudo isso, tentamos lidar o melhor possível com toda essa situação, sempre buscando atender da melhor maneira possível os pacientes, que muitas vezes precisam desta atenção com urgência. A gente acaba lidando com todo esse processo, para conseguir dar conta da demanda dos serviços”, destaca.
A enfermeira vê que o atual momento da pandemia é o mais grave desde o seu início. “É muito assustador tudo isso que estamos vivendo. Vejo os profissionais de saúde muito cansados, exaustos com a rotina imposta pela pandemia, todos tentando dar conta da demanda, pois vemos cada vez mais pessoas procurando por atendimento. Estamos cansados, mas mesmo assim largamos a família, os filhos e vamos ajudar, vamos trabalhar tentando salvar vidas. Agora apareceu uma nova variante do Coronavírus, estão aumentando os casos, e temos a percepção de que as pessoas parecem que perderam um pouco o medo e não têm mais os cuidados como no começo, e isso faz com que aumentem mais os casos”, externa.
Quanto à rotina familiar, Juliana é casada, mãe de duas filhas e fala dos cuidados e preocupação. “Saio cedo para trabalhar e volto à noite. Quando necessário, estamos nos plantões e nos fins de semana nesta missão de vacinar o maior número de pessoas contra a Covid-19, conforme as vacinas vão chegando. Então, é uma rotina bem cansativa, e chegando em casa é preciso ajudar as crianças com as aulas on-line, tudo isso é bem difícil, mas com a ajuda do meu esposo a gente está se adaptando e conseguindo ter uma rotina em casa. Além disso, não se pode esquecer de manter todos os procedimentos e cuidados que a profissão exige”, destaca Juliana, que vê o futuro com esperança e dias melhores. “Vamos nos cuidar e ter esperança de que tudo isso acabe logo. Que as pessoas tenham a consciência de que os cuidados são indispensáveis, usem a máscara, mantenham o distanciamento social, lavem as mãos, evitem aglomerações, pois não é hora de aglomeração, tudo isso que a gente já sabe e muitas acabam deixando de lado porque perderam o medo. Cuidem-se, pois assim estarão cuidando dos seus e do próximo”, finaliza a enfermeira.
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