Há três semanas, a Feira da Lua retomou as atividades em meio à pandemia provocada pela Covid-19. Apesar da liberação, as vendas estão baixas porque as pessoas estão mantendo o isolamento social e também pelo fato do toque de recolher, que inicia às 21h.
A comerciante Maria Aparecida de Souza vende acarajé. Ela conta que antes da pandemia chegava a vender até 50 unidades durante os dias de feira na Praça dos Leões. Hoje as vendas oscilam em torno de 25. “O horário também antes era melhor e agora com o toque de recolher muitas pessoas não estão saindo de casa. Algumas chegam às 20h e acabam voltando mais rápido. O que tem garantido minha renda mensal são as encomendas”, conta.
Robson Silva também passa pela mesma situação. Ele trabalha na feira com pães caseiros. “Aqui na feira as vendas reduziram muito. Se eu fosse depender somente da feira eu não conseguiria viver. Não sou contra o isolamento social porque faço entrega em casa. Isso tem sido positivo para mim, pois no último domingo, quando as padarias estavam fechadas, eu fiz várias entregas para a população”, destaca.
Cidre Amélia de Souza tem feito diferente para driblar a crise. “Eu aproveito o máximo que posso o horário na Feira da Lua. Abro a barraca às 13h e até às 17h a procura é grande pelo caldo de cana, conforme vai anoitecendo as pessoas pedem mais o ‘caldo de quenga’, que é o caldo de aipim moído com calabresa. Em uma escala de 1 a 10, posso dizer que estou no patamar 7, para mim não está tão ruim porque eu chego cedo e desta forma evitamos aglomeração”, explica.
A feirante Sueli Adans trabalha com doces em potes e bombons, além de coxinhas no copo. “Estamos recomeçando após um mês e as pessoas estão com receio de sair de casa por causa do Coronavírus. Nós compreendemos isso, porém temos que trabalhar. Minha renda mensal caiu pela metade, mas graças a Deus tenho meu marido que é aposentado e isso diminui as dificuldades”, aponta.
Leonardo kossatz trabalha com chope artesanal na Feira da Lua. Ele ressalta que para trabalhar neste momento é preciso de adaptar. “Temos que nos adaptar, no meu caso começamos agora a fazer o delivery e o drive thru e estamos trabalhando com chope envasado em garrafas pets com extrema qualidade com a carbonatação correta. Temos que sobreviver usando criatividade para poder superar essa dificuldade”, opina.