A tragédia que vitimou seis pessoas na BR-277 no domingo, 3, quando um caminhão-tanque, carregado com etanol, apresentou problemas mecânicos e invadiu a pista contrária, atingindo e incendiando cerca de 12 veículos, mostrou a importância do correto manuseio do extintor automotivo por parte de motoristas no momento em que um princípio de incêndio acometer o veículo.
Para quem comercializa extintores prediais e automotivos, a aquisição do produto, por parte da população em geral, não vem acompanhada da convicção a respeito dos modos de uso em caso de uma emergência. “É muito comum ouvirmos a frase: não sei o que fazer se for preciso utilizar”, disse o proprietário de uma empresa de extintores, Edivaldo Matoso.
Superaquecimento em áreas do motor pode ser solucionado somente com o extintor.
Matoso fez questão de dizer que o extintor automotivo é um meio preventivo e não de combate ao incêndio. “Ninguém vai conseguiu apagar um fogo já iniciado com o produto do extintor que está no veículo, mas é possível, logo no seu início, impedir que o sinistro aconteça resfriando o local do problema”, comentou.
Para a jovem motorista, Ana Paula Melo, de 22 anos, o extintor é um equipamento de uso desconhecido. “Não saberia usar, confesso”, afirmou. Por causa desta situação, corriqueira, segundo Matoso, é que as escolas de formação de condutores deveriam promover também este tipo de ensino. “Em algum momento o motorista precisa saber proceder de modo correto o equipamento, pois ele pode, além de se autoajudar, também auxiliar alguém que precise”, como foi o caso do acidente na BR-277, quando um homem, anônimo, foi filmado pedindo os extintores dos carros parados na estrada para evitar que as chamas atingissem outros veículos. A ação foi fundamental para que a tragédia não tivesse maiores proporções, além daquelas inicialmente ocorridas após o impacto do taque de combustível com os carros na estrada.
DICA DE USO
Vale pegar um dia de folga para dar uma lida no rótulo e se habituar com a presilha do extintor no carro. Depois, não há mistério: é só pressionar a válvula para que ele entre em ação. “É interessante que as pessoas tenham um pouco de familiarização para ficar tudo mais fácil em uma ocasião de emergência”, afirma Matoso.