Conjunto da obra
Num discurso de 50 minutos aos senadores da República, a presidente afastada Dilma Rousseff produziu uma peça de ficção eivada de pieguismo. Um fecho melancólico do itinerário político de uma chefe de governo que levou o País ao caos. Consequência do autoritarismo e da soberba de um projeto populista de poder, agravado pela incompetência.
O argumento central da defesa de Dilma é o de que seus adversários, ao verem “contrariados e feridos nas urnas os interesses da elite econômica e política”, assacam contra ela acusações infundadas.
Como era inevitável, Dilma protestou também contra o fato de estar sendo julgada pelo “conjunto da obra”. De fato, a profunda crise em que ela afundou o País agrava sua situação. Mas o julgamento em curso é, por definição, também político. E dessa perspectiva é impossível ignorar o “conjunto da obra”.
Moro presidente
Ele diz que não pensa nisso, mas popularidade não lhe falta. No levantamento feito na semana passada pelo instituto Paraná Pesquisas, quase 54% dos entrevistados disseram que votariam em Sergio Moro para presidente, caso ele concorresse.
Farsa?
O deputado Tadeu Veneri (PT), candidato a prefeito Curitiba, diz que o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) é uma farsa. “O julgamento é uma farsa montada para esconder o assalto ao poder por aqueles que perderam a eleição em 2014, que se juntaram a um grupo de traidores da população brasileira”, disse.
Loas, loas
“O que está em jogo não é somente o mandato da presidente Dilma, mas um modelo de País. Nos últimos treze anos, o Brasil ganhou novas dimensões externa e interna, afastando-se de um histórico de submissão aos interesses internacionais”, afirmou Tadeu Veneri.
Discurso agressivo
Após o agressivo discurso em que reiterou a lorota de “golpe”, o Palácio do Planalto consultou senadores supostamente indecisos e ficou ainda mais otimista pela confirmação do impeachment de Dilma Rousseff, na votação de terça-feira, 30. Os dilmistas continua céticos. A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) prevê 62 ou 63 votos contra Dilma: “O depoimento muda o cenário, mas para ampliar o placar”.
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