Estatísticas divulgadas ontem sobre o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) revelam que o Brasil avançou pouco nos quesitos avaliados pelo exame internacional. É possível compreender, através desses dados e comparativos com outros países, que o cenário é de estagnação na educação. Isso porque apenas dois a cada 100 estudantes (com idade de 15 anos) avaliados atingiram os melhores desempenhos em pelo menos uma das disciplinas (leitura, entendimento de conceitos matemáticos e fenômenos científicos).
Em 2018, quando ocorreu a avaliação, a ênfase do programa foi na disciplina de leitura. E com isso, os dados são ainda mais alarmantes, pois mostram que cinquenta por cento dos estudantes avaliados são capazes apenas de identificar a ideia principal de um texto de tamanho moderado. Ou seja, é preciso repensar o que de fato resulta nesses índices.
A educação deve ser prioridade dentro das políticas públicas e as falhas de todo um sistema que predomina há séculos no Brasil refletem na absorção de conhecimento, educação e na dura realidade de meninos e meninas do País.
O mesmo programa que avaliou conhecimentos específicos mostra que o nível socioeconômico dos estudantes teve impacto no desempenho nas provas. No Brasil, a diferença de desempenho entre alunos com nível socioeconômico alto e aqueles com nível baixo, foi de 97 pontos em leitura, o que equivale a quase três anos de estudo. Ou seja, certamente alunos que vão às escolas muitas vezes sem comer, caminham horas para chegar a uma instituição de ensino e não possuem condições econômicas benéficas são os mais prejudicados.
A partir do momento que se constata que um estudante não tem habilidades para interpretar um texto ou uma informação em sua totalidade, é dever dos responsáveis pela área somar esforços e dar atenção redobrada ao caso.
A desinformação de um aluno, a falta de conhecimento ou a falta de oportunidade para ter uma educação de qualidade será reflexo de um futuro falido.
