A Operação Grande Hermano, deflagrada pela 2.ª Promotoria de Justiça de Antonina, na quinta-feira, 23, prendeu o ex-prefeito, na gestão 2013-2016, João Ubirajara Lopes, o João Domero, além de dois ex-vereadores, e um assessor do ex-prefeito. Foram cumpridos também mandados de busca e apreensão nas casas dos réus.
Investigações do Ministério Público apuram delitos de corrupção ativa e passiva e de associação criminosa. Foram encontrados indícios de que o ex-prefeito pagava “mensalinhos” para os vereadores a fim de garantir a maioria na Câmara. Os dois vereadores presos inclusive votaram a favor do prefeito em um processo de cassação que sofreu.
Segundo apurou a Promotoria de Justiça, os pagamentos eram realizados com envolvimento de procuradores do município, do então assessor e de secretários daquela gestão. Os sete réus envolvidos tiveram mandados de prisão decretados, sendo que três ainda estavam pendentes de cumprimento até a tarde de quinta-feira.
Foto: Arquivo UFPR
Um ex-secretário alvo da operação também foi denunciado por ter torturado uma criança de 11 anos (em delito sem relação com o caso de corrupção) e teve deferido pedido de prisão preventiva pela prática desse crime.
Ex-secretário de Obras também é preso
Em outra operação deflagrada pela 1.ª Promotoria de Justiça de Antonina, em conjunto com a Polícia Militar, mobilizando 28 policiais, foram cumpridos na manhã de quinta-feira, 23, mandado de prisão de um ex-secretário municipal e três mandados de busca e apreensão, além de sequestro de bens que seriam objetos de lavagem de dinheiro.
A operação “Tangentopoli” (referência ao caso precursor da operação italiana “Mão Limpas” e que significa “cidade da propina”), investigou, durante mais de um ano, desvio de verbas públicas ocorridas entre 2013 e 2016, durante a gestão do então secretário de Planejamento e Obras Públicas.
A partir de quebras de sigilo fiscal e bancário do ex-secretário, foram constatados depósitos e transferências eletrônicas em sua conta pessoal, feitas por empresas que prestavam serviços ao município de Antonina e que estavam vinculadas à própria Secretaria de Obras. A investigação apurou que o ex-secretário recebia valores desproporcionais aos seus rendimentos, que seriam “lavados” com a aquisição de bens registrados em nome de familiares.
Da Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Paraná