Mais de 150 dirigentes sindicais das entidades filiadas à UGT de diversas cidades paranaenses lotaram o auditório da FECEP – Federação dos Empregados no Comércio do Paraná (entidade filiada à UGT), na tarde de terça-feira, 21, em Curitiba. Na pauta sindical, constaram acaloradas discussões sobre as reformas da Previdência e trabalhista, propostas pelo governo Temer (PMDB). Ricardo Patah, presidente nacional da UGT abriu o encontro, falando sobre as propostas da central sobre essas duas questões. Na sequência, Roberto Nolasco, diretor do IAE – Instituto de Altos Estudos da UGT, aprofundou as questões técnicas embutidas nos dois projetos do Governo Federal.
Ao agradecer a presença de Patah e Nolasco no encontro, o presidente da UGT-PARANÁ, Paulo Rossi, destacou a importância da sociedade brasileira debater com seriedade a proposta de mudança na Previdência e no mundo do trabalho: “não podemos admitir que o governo Temer venda a reforma da Previdência e trabalhista como sendo a salvação para a economia nacional. Todos nós sabemos que o caixa da Previdência é superavitário, e o governo usa esse dinheiro para outros fins, alheios ao que se destina as arrecadações previdenciárias. O judiciário já entendeu que toda esse propaganda alardeada por Temer é mentirosa e enganosa, inclusive proibindo a circulação dessas peças publicitárias nos meios de comunicação. Por outro lado, esse mesmo governo tenta empurrar os trabalhadores para uma precarização, propondo uma reforma trabalhista, que na verdade não passa de uma manobra para acorrentar o movimento sindical e desmobilizar a organização dos trabalhadores brasileiros, deixando-nos à mercê da ganância do capital”, desabafou Rossi.
Ricardo Patah foi categórico quanto à posição da UGT frente aos dois projetos do Governo Federal: “Precisamos modernizar as relações de gestão dos bens públicos, mas nos moldes como está sendo apresentada a reforma da Previdência, somos totalmente contra. Não abrimos mão de nenhum direito trabalhista conquistado ao longo de anos de lutas, em que muitos companheiros sucumbiram, enfrentando o desmando de governos antidemocráticos”, disse Patah. O dirigente sindical destacou que a UGT sempre estará aberta ao diálogo com o governo e com o Congresso, com a finalidade de buscar o entendimento que realmente possa gerar mais empregos – sem retirada de direitos da classe trabalhadora. Disse ainda que todo embate contra a proposta de reforma da Previdência e trabalhista acontece no Congresso Nacional. “Por isso é importante que façamos mobilizações em todos os Estados, conversando com cada parlamentar, mostrando que o povo brasileiro é contra essa reforma, e o deputado ou senador que votar a favor desse projeto estará votando contra os brasileiros e nunca mais será eleito para cargo nenhum em nosso País”, disse Patah.
Em sua palestra, Roberto Nolasco apresentou uma profunda análise sobre a questão previdenciária brasileira, desde a origem dos recursos até a aplicação desequilibrada do dinheiro arrecadado: “O IAE/UGT tem estudos técnicos elaborados por consagrados economistas brasileiros que mostram claramente o quanto o governo vem mentindo sobre os números da Previdência. O problema é de gestão e não da falta de recursos. O próprio governo reconhece que tem mais de 500 bilhões a receber de sonegadores e não executa essas dívidas”.
Durante o encontro, o presidente da FECEP, Vicente Silva, entregou ao presidente nacional da UGT, Ricardo Patah, a Carta de Resoluções do XVII Encontro dos Comerciários do Paraná, realizado dias 8, 9 e 10 de março em Guaratuba, com propostas e críticas às reformas da Previdência e trabalhista.
Fonte: UGT Paraná