Samu 192 deve ser acionado apenas em casos de emergência

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) tem como objetivo chegar rapidamente à vítima após ter ocorrido alguma situação de urgência ou emergência de natureza clínica, cirúrgica, traumática, obstétrica, pediátrica, psiquiátrica, entre outras, que possa levar a sofrimento, sequelas ou mesmo à morte. Trata-se de um serviço pré-hospitalar, que visa a conectar as vítimas aos recursos de que elas necessitam e com a maior brevidade possível.

Contudo, ainda há dúvidas da população sobre em qual momento ou situação deve acionar o serviço. A diretora de enfermagem do Samu, Legiane Bortoli, explicou que se trata de um serviço de urgência e emergência. “Ele deve ser acionado em casos de trauma, ferimentos por arma de fogo ou arma branca, acidentes, entre outras situações graves que não podem ser resolvidas em uma unidade básica de saúde, ou seja, é um serviço de urgência e emergência”, salientou. “As pessoas precisam entender que o Samu não é serviço de transporte de pacientes ou mesmo para atendimentos, quando a vítima pode se dirigir a uma unidade básica de saúde, afinal, se seguimos para atender uma pessoa sem gravidade, outra com risco de morte pode ficar sem esse atendimento emergencial”, ressaltou.

O médico intervencionista e regulador do Samu, Robson Menezes Leal, detalhou que muitas pessoas acionam o Samu para questões que não se enquadram em casos de urgência e emergência. “Existe uma desinformação, um conceito por vezes inadequado do que se entende pelo Samu. Ele é definido como Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e, obviamente, esse serviço é baseado em um conceito atual de atendimento por telefone e realização de telemedicina. Ou seja, são obtidas determinadas informações e, através delas, é julgado se essa determinada ocorrência vem realmente a se configurar como um paciente que precise do atendimento do Samu”, destacou.

O médico disse que no Samu há também o papel de realizar uma triagem e tentar, na medida do possível, diminuir o tempo de resposta para cada situação. “Desde uma situação extremamente grave com múltiplas vítimas, desde uma de menor importância que requer uma orientação e um atendimento em lugar devido e não em lugar indevido. No Samu há também esse papel de dizer o que é e o que não é”, detalhou.

Responder corretamente às perguntas feitas no momento do contato com o Samu é fundamental. “As pessoas geralmente ligam em uma ansiedade, em uma necessidade de ter uma resposta rápida que nem sempre tem a real urgência e é por isso que o médico regulador está aqui. Temos etapas a serem cumpridas até poder definir que tipo de resposta daremos para aquela situação. Desde dizer ao informante que aquilo não se trata de uma urgência/emergência até dispor de uma unidade de suporte avançado, com equipe médica, de enfermagem, com material para compor melhor atendimento ao paciente mais gravemente enfermo”, detalhou Leal.