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Ciência e Saúde

Síndrome de Burnout: reconhecer para tratar

Doença do esgotamento profissional afeta cada vez mais trabalhadores

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A síndrome de Burnout acomete cada vez mais trabalhadores em todo o mundo. Causada pelo estresse crônico no trabalho, ela é caracterizada pela exaustão física e emocional devido ao acúmulo de insatisfações ocasionadas ao longo de anos. Esse esgotamento profissional, como também é conhecida a síndrome, reflete em atitudes negativas como ausências no trabalho, doenças psicossomáticas como enxaqueca, gastrites, ansiedade, pressão alta, além de depressão e outras.

Alguns dos primeiros sinais da doença são fadiga, impaciência, irritabilidade, dificuldade de concentração, falhas na memória e insegurança no ambiente de trabalho. Uma pesquisa realizada pela sede brasileira da International Stress Management Association com mil profissionais identificou que 72% dos entrevistados sofriam com estresse, sendo que 30% deles apresentavam o Burnout.

Inicialmente, a pesquisa mostrou que a síndrome foi identificada em profissionais que lidam diariamente com o público, como médicos e professores, mas nenhum trabalhador está totalmente protegido da doença. Desde executivos até donas de casa podem apresentar os sintomas.

Segundo a Previdência Social, com base em dados do ano passado, mais de 75 mil trabalhadores foram afastados de suas funções no período em razão de quadros depressivos, como o Burnout. E, infelizmente, a expectativa para os próximos anos não é animadora. Até 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS), acredita que a depressão será a doença mais incapacitante do mundo.

As consequências dessa insatisfação no trabalho e do aumento do estresse são hipertensão, obesidade, distúrbios do sono e dores no corpo. Esses sinais devem ser percebidos com atenção, já que neste estágio, as pessoas deixam de realizar atividades que saiam da rotina trabalho-casa. O indivíduo dorme mal, se alimenta mal e coloca a atividade física e os momentos de lazer de lado.

MELHOR EVITAR

Vários fatores, hábitos e atividades rotineiras no trabalho podem levar à síndrome de Burnout. Desta forma, é possível evitar que tais problemas ocasionem o esgotamento profissional. Fique longe de cargas horárias excessivas, funções extremamente burocráticas, pouca liberdade no exercício do trabalho, turnos irregulares, estrutura desorganizada da empresa e chefias que dão ordens ambivalentes. Esses são os gatilhos mais comuns de desencadeamento da doença.

Pessoas muito perfeccionistas, ansiosas, competitivas, narcisistas, que não medem esforços para se destacar, sempre com a intenção de manter um alto desempenho também estão mais propensas à síndrome.

TRATAMENTO

Para o psicólogo Wilson José da Silva, o aumento dos casos pode ser atribuído à vida desequilibrada que as pessoas adquiriram. “Alguns focam demasiadamente na dimensão profissional, buscando a realização exclusiva no trabalho ou construção da carreira visando ao maior nível de competência possível ou o perfeccionismo. Este ambiente competitivo, mas que ao mesmo tempo demanda do profissional competências diversas, soma-se ao acúmulo de tarefas, que extrapolam o local físico de trabalho e toma conta do espaço domiciliar, alterando as relações familiares e sociais”, explicou.

 


Burnout e depressão foram responsáveis por mais de 75 mil afastamentos de trabalhadores em 2016, de acordo com a Previdência Social

 

Reconhecido o problema, é hora de tratar. Segundo o psicólogo, é preciso reorganizar o tempo, dando prioridade para a própria vida. Para isso, o apoio psicoterápico ajuda o trabalhador a aprender a delegar tarefas, atuar em equipe, estabelecer horários rígidos de entrada e saída do emprego e não levar trabalho para a casa.

O lazer e a atividade física também são fundamentais para o tratamento. “Invista na mudança de hábitos. Insira em sua vida atitudes como dormir de acordo com seu biorritmo, não fumar e beber menos, ter uma alimentação saudável, socializar mais com amigos, dançar, fazer esportes, ir ao cinema, viajar, tirar férias, curtir a família, desenvolver condicionamento físico, fazer massagem etc.”, descreveu Wilson.

Nos casos mais graves da doença, o uso de medicamentos, após uma consulta com um médico psiquiatra, também pode ajudar a resolver o problema e devolver o bem-estar profissional.

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