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Polícia

Homem é condenado a 116 anos por estupro de estudantes deficientes

Promotora enfatiza que pedofilia deve ser tratada com rigor

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O Juízo da 2.ª Vara Criminal de Paranaguá condenou, esta semana, a 116 anos e 8 meses de prisão um homem que cometeu vários crimes de estupro de vulnerável contra vítimas com deficiência mental.

A condenação foi requerida pela 3.ª Promotoria de Justiça da Comarca, que ofereceu a denúncia. A promotora de Justiça e Titular da pasta, Dra Caroline Demantova Ferreira, explica que a denúncia iniciou quando uma criança foi flagrada por uma professora com um 'dadinho' que continha imagens pornográficas. “A partir do ocorrido, a professora levou um susto e foi conversar com a menina, que a princípio negou, mas acabou apontando quem lhe deu o 'dadinho'. Também foi descoberto que, além desse objeto com imagens pornográficas, o réu havia dado uma aliança à menina, dizendo que ela seria sua namoradinha. Em razão disso, a  professora encaminhou a menina para um tratamento psicológico, sendo feita uma apuração no colégio, quando foi encaminhada a denúncia para a delegacia para começar a investigar. O inquérito foi enviado para o Ministério Público, a partir deste fato inicial”, relata a promotora, explicando que o caso acabou chegando ao conhecimento de todos os educadores. “Sabendo do ocorrido, os educadores começaram a apurar os fatos e acabaram descobrindo que houve várias vítimas em outras ocasiões, vários abusos perpetrados por essa pessoa”, completa.

 


Titular da 3.ª Promotoria de Justiça da Comarca de Paranaguá, Dra Caroline Demantova Ferreira, enfatiza que sentença tratou do caso com o rigor que merece

 

Segundo a denúncia, em 2014, o réu, na condição de auxiliar do motorista de ônibus escolar que fazia o transporte das vítimas, todas deficientes intelectuais, aproveitou-se da confiança nele depositada como funcionário do estabelecimento de ensino para praticar, por inúmeras vezes, atos libidinosos contra as vítimas.

Quanto à sentença, a promotora disse que foi aplicada a lei. “Foi uma sentença perfeita, que tratou o caso com todo o rigor que merece, tanto que foi aplicada uma pena alta com 116 anos e 8 meses de prisão por estupro de vulneráveis, porque realmente é um crime de extrema gravidade, o qual jamais poderemos aceitar, porque além de envolver crianças, algumas das vítimas ainda tinham deficiência intelectual, não poderiam se defender, a criança por si só já não sabe se defender, e nestes casos a situação é ainda mais grave, por terem a deficiência intelectual. Esta foi uma das piores audiências de que já participei, me chamava a atenção a pureza das crianças, as que conseguiam relatar, pois algumas delas não conseguiam falar, relatavam o fato e se via a atrocidade que foi cometida contra estas crianças puras”, externa Dra Caroline.

Como defensora do povo, a promotora enfatiza a necessidade da atenção constante dos pais e responsáveis em relação ao comportamento das crianças. “Sempre devemos ficar atentos, pois infelizmente, eu que atuo na área da infância volta e meia me deparo com situações de crimes sexuais. Então os pais devem ficar alertas a qualquer tipo de alteração no comportamento, alterações no humor, alguma assadura ou vermelhidão. Em um dos casos relatados no processo, uma das crianças usava uma bolsa de colostomia, e a mãe começou a reparar que a bolsa estava deslocada do local. Estes aspectos e qualquer sinal os pais devem conversar com a criança e verificar o que está acontecendo”, enfatiza a promotora, destacando que o crime de abuso sexual é muito grave. “Além de destruir a família da vítima, destrói a vítima e também a família do réu. O abuso sexual é um crime muito grave que deve ser tratado com muito rigor, porque destrói muitas vidas e de todos os envolvidos”, enfatizou.

A promotora avalia que a sentença mostra que a pedofilia é tratada com todo o rigor. “O pedófilo é uma pessoa responsável por seus atos, e ele responderá por isso, e a pena é alta, e terá que cumpri-la. Que esta condenação sirva de exemplo, porque a pedofilia aqui em Paranaguá vai ser tratada com todo o rigor.

O réu está preso desde outubro de 2014 e deve cumprir pena em regime fechado.

 

 

Foto de capa: Ilustração

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