Conhecida por queimar a pele nas praias, as águas-vivas e caravelas têm aparecido de forma intensa no litoral do Paraná. O 8.º Grupamento do Corpo de Bombeiros do Litoral do Paraná já registrou mais de duas mil ocorrências desde o início da temporada de verão, no dia 22 de dezembro. O índice está três vezes acima do observado no mesmo período do ano passado.
No entanto, segundo a oficial de Comunicação Social do 8.º Grupamento de Bombeiros, Tenente Virgínia Turra, não precisa haver pânico, apenas seguir os cuidados para evitar queimaduras.
“Apesar dos números estarem acima do observado no ano passado, a situação está sob controle. O Corpo de Bombeiros e a área da saúde do Governo do Estado estão dando conta dos atendimentos a esses casos. As pessoas podem continuar frequentando as praias como sempre fizeram”, destacou a tenente.
No caso de o número de ocorrências aumentarem demais e alguns locais ficarem inseguros para banho, o Corpo de Bombeiros irá sinalizar a praia com bandeiras vermelhas, interditando a área. Além disso, os guarda-vidas também estarão à disposição para esclarecimentos, se for o caso. “Mas, não é o que está acontecendo”, ressaltou a tenente Turra.
As praias que registraram maior número de ocorrências até o momento foram a Praia Mansa (em Matinhos), a Praia do Cristo e a Praia Central (ambas em Guaratuba).
A primeira orientação da tenente do Corpo de Bombeiros para evitar queimaduras com águas-vivas é não tocar nos animais. Se precisar retirá-las ou devolvê-las ao mar, é preciso ter o auxílio de uma pá ou outro objeto. Se houver o contato acidental, o banhista tem que lavar o local com água do mar. A água doce não pode ser utilizada, assim como álcool ou outras substâncias.
No geral, as águas-vivas provocam queimaduras leves, não consideradas graves (Foto: Arquivo/AEN)
Todos os guarda-vidas estão preparados para auxiliar no caso de queimaduras. Para aliviar a ardência, o indicado é usar vinagre, disponível nos postos de guarda-vidas, o que torna ainda mais importante escolher locais protegidos pelo Corpo de Bombeiros para aproveitar os dias de descanso.
Embora o problema possa ser resolvido no momento, a tenente lembra que é preciso ficar atento a sintomas de reação grave, como dores de cabeça, tontura, vômito e outros. Na presença de alguns desses sintomas, o banhista precisa ser levado imediatamente a um pronto atendimento. Em caso de emergência, também é possível ligar para o 193.
CARACTERÍSTICAS
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o tipo mais comum de água-viva encontrada no Paraná mede cerca de 13 centímetros com os tentáculos, tem consistência gelatinosa e a aparência de um guarda-chuva. No geral, provoca queimadura leve, não considerada grave.
Já as caravelas chamam a atenção pela cor roxa e azul e é semelhante a uma bexiga boiando no mar. Pode chegar a dois metros de comprimento com os tentáculos, os quais grudam na pele e liberam substâncias que causam o envenenamento, que pode ter uma manifestação sistêmica, ou seja, capaz de afetar todo o organismo.