A partir da meia-noite de segunda-feira, 12, os Correios de todo o País entraram em greve, porém a categoria decidiu ontem, 13, pelo retorno aos trabalhos, deixando claro que vai continuar lutando pelos seus direitos. No Paraná, a decisão pela greve foi tomada por unanimidade em assembleias realizadas entre os dias 2 e 5, nas cidades de Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Guarapuava e Ponta Grossa.
No litoral do Paraná, de acordo com a assessoria de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Sintcom), apenas 40% dos funcionários paralisaram suas atividades na segunda e terça-feira, 12 e 13.
De acordo com o secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná (Sintcom), Marcos Rogério Inocêncio (China), a categoria sai de cabeça erguida. “Com o dever cumprido e sempre mantendo o enfrentamento no dia a dia para que possamos recuperar a qualidade dos serviços prestados pelos Correios que, por décadas, foi reconhecido no Brasil e no mundo como uma das melhores empresas de serviços postais”, declarou Inocêncio.
Ele afirmou ainda que a campanha também segue para que os Correios continuem como empresa pública prestando serviço majoritariamente social e que se realizem novos concursos públicos para repor a falta de efetivo.
REIVINDICAÇÕES
Entre os motivos que levaram a categoria a decidir pela greve, segundo o Sindicato, está o sucateamento da empresa visando à privatização. Além das novas regras do plano de saúde dos funcionários, que inclui o aumento de 300% no percentual de coparticipação de consultas e exames e exclusão de pai e mãe. “Tais mudanças, na avaliação dos trabalhadores, irão inviabilizar o direito à assistência médica”, ressaltou o Sintcom.
Atualmente, 90% dos trabalhadores dos Correios têm um salário médio de R$ 2,3 mil mensais bruto. De acordo com os trabalhadores, o Plano de Saúde é fruto de negociações coletivas de décadas e sua implantação foi como uma contrapartida aos baixos salários da categoria. “A mudança do plano de saúde é o limite do insuportável diante dos ataques que a empresa tem feito aos funcionários”, declarou o secretário geral do Sindicato.
Segundo ele, os trabalhadores sofrem com a cobrança dos clientes, que acreditam que eles são os culpados pelos problemas gerados da entrega de cartas e encomendas, como forma de manipular a opinião pública a favor da privatização. “O enxugamento da empresa está se dando por meio de programas de demissões incentivadas, extinção de cargos, fechamento de agências, sucateamento da frota e de maquinário, redução da jornada de trabalho e de salários, terceirização precária de atividades essenciais, aumento no repasse às agências franqueadas em contrapartida ao fechamento de unidades próprias”, acrescentou o representante do Sindicato.