Portos do Paraná

Ferrovias e rodovias: os modais que conectam ao Porto e movem o Brasil

Por mais moderno que seja seu terminal, tudo começa e termina na conexão com os modais de transporte terrestre

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Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

Nenhum porto é eficiente sozinho. Por mais moderno que seja seu terminal, automatizado seu sistema ou ágil sua gestão, tudo começa e termina na conexão com os modais de transporte terrestre. No caso dos Portos do Paraná, essa integração é um dos pilares do sucesso logístico que posiciona Paranaguá e Antonina entre os mais relevantes complexos portuários da América Latina.

A ferrovia, operada pela empresa RUMO Logística, cumpre papel fundamental nesse sistema. Ligando o interior agrícola do Paraná, de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul até o litoral, a malha ferroviária transporta volumes expressivos de grãos, farelos, açúcar e outros produtos, reduzindo custos, aumentando a segurança da carga e contribuindo para a sustentabilidade, ao emitir menos CO₂ por tonelada transportada. A presença da ferrovia dentro do Corredor de Exportação, com descargas diretas para os terminais, é um diferencial competitivo que permite fluidez e previsibilidade às operações.

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Marcelo Fiedler, gerente de Relações Governamentais da RUMO, destaca a importância econômica das ferrovias no Paraná. Ele explica que desde que assumiu a concessão em 2015, a Rumo consolidou suas operações e retomou o protagonismo das ferrovias na economia do Estado. “Cargas diversas como grãos, fertilizantes, celulose, produtos industriais e contêineres circulam diariamente pelos dois principais corredores ferroviários que atravessam o Paraná. Um deles tem origem na região Oeste, a partir do trecho operado pela Ferroeste em Cascavel; o outro parte da região Norte. Ambos se conectam ao Porto de Paranaguá (PR) e ao Porto de São Francisco do Sul (SC), atendendo aos mercados de exportação e importação. Em 2024, as ferrovias movimentaram 8,6 milhões de toneladas de grãos em direção aos dois portos”, pontuou.

De acordo com ele, a operação ferroviária também representa ganhos logísticos e ambientais expressivos. “Cada vagão transporta, em média, 94 toneladas úteis, enquanto um caminhão transporta em média 44 toneladas úteis. Um trem de 135 vagões transporta aproximadamente 13 mil toneladas, para transportar essa mesma quantidade seriam necessários 288 caminhões na estrada. Ou seja, o modal ferroviário contribui diretamente para desafogar o trânsito nas rodovias e reduz significativamente o risco de acidentes. Além disso, o modal ferroviário emite cerca de 7,6 vezes menos gases de efeito estufa (GEE) do que o transporte rodoviário, tornando-se uma alternativa mais sustentável”, salienta Fiedler.
Fiedler ressalta ainda que, idealmente, a multimodalidade funciona com os caminhões percorrendo trajetos curtos e os trens percorrendo grandes distâncias em corredores logísticos eficientes.

“Para além disso, é necessário também investir em capacidade na infraestrutura dos terminais e portos. Um exemplo concreto desse compromisso é o projeto do “Moegão” no Porto de Paranaguá, cujo projeto executivo foi estruturado pela Rumo e doado para a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), responsável pela execução das obras. Quando concluído, o empreendimento elevará a capacidade de descarga de 550 para 900 vagões por dia, garantindo mais agilidade e eficiência às operações e minimizando o conflito entre caminhões e trens, que atualmente utilizam a mesma moega nos silos públicos. No primeiro semestre de 2025, a APPA já ultrapassou 50% da execução das obras, marcando um avanço significativo em uma iniciativa estratégica para o escoamento da produção paranaense para o mundo”, finaliza Marcelo.

EPR Litoral Pioneiro

As rodovias também têm papel essencial na matriz de transporte que abastece o porto. Caminhões vindos de diversas regiões do Brasil chegam a Paranaguá por meio da BR-277, que é atualmente objeto de uma concessão realizada pelo Governo do Estado do Paraná com a EPR Litoral Pioneiro. A nova concessionária assumiu o compromisso de modernizar, construir a terceira pista em trechos críticos e oferecer melhores condições de trafegabilidade e segurança, o que é fundamental para a eficiência do escoamento da produção nacional e a redução do tempo de viagem entre o interior e o porto.

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O diretor-presidente da EPR, Marcos Moreira, afirma que as rodovias têm papel fundamental na logística portuária paranaense, responsáveis pelo escoamento de grande parte da produção estadual e nacional.
“A BR-277, entre Curitiba e o Litoral do Paraná, é o principal corredor ao Porto de Paranaguá e a EPR Litoral Pioneiro tem o compromisso de garantir segurança viária e eficiência para o trecho, que está sob sua concessão. Desta maneira a empresa contribui para que a logística portuária paranaense se destaque em todo o Brasil. Desde que assumimos a concessão, em fevereiro de 2024, foram realizadas inúmeras obras e serviços garantindo à BR-277 um padrão de trafegabilidade que havia se perdido em anos anteriores. Neste momento, a empresa trabalha nos projetos que darão início à ampliação de capacidade desta importante rodovia rumo a Paranaguá. Essas obras começam a ser entregues a partir do final do ano 03 de concessão (fevereiro de 2027) e devem transformar toda a região, além de impactar diretamente na logística”, pontua.

De acordo com Marcos, grandes investimentos no quarto e quinto ano da concessão da EPR serão entregues em Paranaguá, especialmente nas Avenidas Ayrton Senna e Bento Rocha. “Outro ponto a destacar é que hoje o motorista possui assistência 24h no trecho, seja ele de serviço médio, apoio operacional ou guincho, bem como bases operacionais. Isso leva maior conforto ao motorista que usa a via diuturnamente”, finaliza.

Integração entre ferrovia e rodovia

A integração entre ferrovia e rodovia torna os Portos do Paraná ainda mais atrativos ao mercado. É essa combinação que garante agilidade no carregamento, previsibilidade para os armadores, competitividade para os exportadores e confiabilidade para o comércio exterior. Além disso, melhora o fluxo urbano da cidade de Paranaguá, com ações de controle logístico e estacionamento organizado de caminhões, minimizando os impactos sociais e ambientais da operação portuária.

Investir em acesso terrestre é investir no futuro do porto. A sinergia entre a RUMO, a EPR Litoral Pioneiro, o setor público e a autoridade portuária reafirma um compromisso comum em manter o Paraná na vanguarda logística do Brasil. Afinal, o caminho da produção brasileira rumo ao mundo começa na estrada, segue pelos trilhos e encontra nos Portos do Paraná um destino de excelência.

Movimento Pró-Paraná

Para Marcos Domakoski, presidente do Movimento Pró-Paraná, o Porto de Paranaguá é mais que um equipamento logístico de excelência do Paraná, é um elo vital da cadeia produtiva nacional. “As rodovias e ferrovias que o conectam ao interior do Estado e ao restante do país garantem que a produção agrícola, industrial e mineral chegue com eficiência ao mercado externo, fortalecendo a economia brasileira. Rodovias como a BR-277 e ferrovias operadas com ligação direta ao porto não transportam apenas cargas: levam competitividade aos produtores, geram empregos e fomentam o desenvolvimento regional. Cada quilômetro pavimentado ou trilho modernizado reduz custos logísticos, amplia a capacidade de escoamento e contribui para que o Brasil seja mais eficiente e competitivo no comércio internacional. Por isso, pleiteamos constantemente medidas que garantam a boa manutenção e a expansão da estrutura viária e ferroviária do estado”, pontua Marcos.

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Marcos destaca ainda que os investimentos em infraestrutura de acesso ao Porto de Paranaguá devem ser prioridade estratégica. “Além de manter, melhorar e ampliar a capacidade das vias e ferrovias, precisamos criar novas alternativas. A questão não é apenas atender à demanda atual, mas de preparar o nosso estado para os desafios das próximas décadas, garantindo que o Paraná continue sendo protagonista em múltiplas frentes produtivas, inclusive como o celeiro do Brasil e do mundo”, completa Marcos.

O Movimento Pró-Paraná representa um elo estratégico entre o setor produtivo, a sociedade civil e o poder público, atuando como voz ativa na defesa de investimentos estruturantes que consolidam o Estado como potência logística nacional. No contexto das ferrovias e rodovias que conectam os Portos de Paranaguá e Antonina ao interior do Brasil, o movimento contribui para articular demandas, acelerar projetos e fortalecer parcerias essenciais, como as do transporte ferroviário e da modernização da BR-277.

Essa atuação integrada ajuda a transformar a infraestrutura em competitividade, garantindo que os produtos brasileiros cheguem ao mundo com mais rapidez, segurança e previsibilidade. Ao fomentar o diálogo e planejamento, o Movimento Pró-Paraná impulsiona o desenvolvimento econômico do Estado e reforça seu papel no hub logístico de excelência na América do Sul.

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Elano Squenine

Estudante de Jornalismo desde 2025 pela Uningá, Elano Squenine atuou como repórter, pauteiro e produtor em uma emissora de rádio. Atualmente, ele exerce suas funções na Folha do Litoral News como coprodutor (MEI).

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