Em 1900, o coronel Theodorico Julio dos Santos, político desde os tempos imperiais, assumiu a Prefeitura de Paranaguá. Mesmo reclamando da falta de recursos, mandou reformar a fonte velha, a fonte nova e a lavanderia da Rua D. Izabel, pros lados da Estação Ferroviária. Antes da água e do esgoto, chegou a luz elétrica em 1903, com uma usina a vapor.
Em 1904, a Matriz já possuía iluminação e em 1905 o sistema passou por melhorias para aumentar a produção em vista da grande demanda. Theodorico não se contentou e desejava implantar as redes de água potável e esgotos.
Os serviços não foram realizados e segundo um jornal local de 1908 a causa era muito clara: “Paranaguá […] nunca procurou dar um passo avante, porque não sahe do engatinho”, faltava vontade política e apenas se reformava alguma casa velha e tampavam alguns buracos, enquanto o rio Itiberê continuava entupido a ponto de ser possível passar “ao Valladar” a pé.
Na Estradinha e Rocio reclamavam da lama e do mato nas ruas, pedindo atenção maior da prefeitura. Abaixo da alfândega, atual Rua João Estevão, no caminho para a fonte onde a população se servia de água, em dias de chuva o lamaçal impossibilitava o trânsito.
A Paranaguá de 1908 era muito parecida com a cidade rural do século XIX, possuindo sérios problemas de higiene, sofrendo com doenças e passando por um êxodo urbano em direção ao Porto Dom Pedro II. Os sistemas de água encanada e de esgotos permaneciam um ideal.
Naquele ano foi eleito prefeito Caetano Munhoz da Rocha, médico formado no Rio de Janeiro e defensor da higiene urbana. Prometia melhorar a saúde pública através da implantação da água potável encanada e esgotos.
Por Alexandre Camargo de Sant’Ana