Ciência e Saúde

Ozempic, Mounjaro e Wegovy só poderão ser vendidos com retenção de receita

Médica em Paranaguá comenta sobre os riscos das “canetas emagrecedoras”

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As canetas emagrecedoras são utilizadas de maneira indiscriminada pela população (Foto: Ilustrativa/Alfândega da Receita Federal de Foz do Iguaçu)

Popularmente conhecidas como Ozempic, Mounjaro e Wegovy, as “canetas emagrecedoras” só poderão ser adquiridas nas farmácias mediante apresentação e retenção da receita médica, como já acontece com os antibióticos. A decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) passou a valer na última segunda-feira, 23.  

Os chamados agonistas GLP-1 incluem os medicamentos semaglutida, liraglutida, dulaglutida, exenatida, tirzepatida e lixisenatida. A médica endocrinologista da Unimed Paranaguá, Dra. Tatiana Sommer Harlos, explicou como funciona esses medicamentos usados para tratar diabetes e obesidade.

“As chamadas canetas emagrecedoras são muito utilizadas de maneira indiscriminada pela população. Essas medicações são indicadas, essencialmente, para pessoas com sobrepeso, obesidade e diabetes do tipo 2. Essa medicação tem o efeito de retardar o esvaziamento gástrico, o alimento fica mais tempo no estômago e, com isso, dá a sensação de saciedade. Esse aumento da saciedade faz com que o paciente coma menos e consegue emagrecer”, esclareceu Dra. Tatiana.

Segundo a médica, como se trata de uma medicação de grande potencial de emagrecimento, faltava uma vigilância maior da Anvisa. “Porque essa medicação estava sendo usada de maneira indiscriminada por qualquer pessoa que quisesse emagrecer. A receita não era retida na farmácia. Considerando que 50% da população tem sobrepeso no Brasil, são medicações tentadoras para perder peso. Mas também é uma medicação que não está indicada para todo mundo”, afirmou.

Riscos 

As canetas emagrecedoras oferecem alguns riscos quando não indicadas por médicos. “Há o risco de hipoglicemia, como eu falei, de glicose baixa no sangue é muito pouco frequente de acontecer. Mas ela também pode ter uma piora, por exemplo, da retinopatia diabética, que é uma complicação visual do diabético”, pontuou a médica.

Por isso, é importante ter um acompanhamento médico, também devido aos efeitos colaterais. “A medicação que dá efeitos colaterais, náuseas, intestino preso, apesar de que alguns pacientes podem ter diarreia também, refluxo, gases. Com isso, podemos causar fissura anal, uma crise de hemorroidas. Em pacientes com mais idade, os vômitos podem causar até desidratação. E a desidratação em pessoas mais idosas pode trazer um quadro delicado para a saúde”, frisou Dra. Tatiana.

Decisão aprovada

Desta forma, a médica aprovou a decisão recente da Anvisa em reter a receita desses medicamentos. “Havia muita falta dessas medicações na farmácia para quem realmente precisa. Principalmente, diabéticos que não podem parar seu tratamento, porque a glicemia é elevada, pode levar até a hospitalização e pacientes que podem evoluir em quadro de risco. Havia muita falta dessas medicações até na distribuidora. Agora, serão usadas por quem realmente precisa, isso vai garantir o fornecimento para os pacientes que precisam”, explicou a médica.

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Gabriela Perecin

Jornalista graduada pela Fema (Fundação Educacional do Município de Assis/SP), desde 2010. Possui especialização em Comunicação Organizacional pela PUC-PR. Atuou com Assessoria de Comunicação no terceiro setor e em jornal impresso e on-line. Interessada em desenvolver reportagens nas áreas de educação, saúde, meio ambiente, inclusão, turismo e outros. Tem como foco o jornalismo humanizado.