Pentacampeão como melhor gestão portuária do Brasil, conforme a quinta edição da Portos + Brasil, iniciativa do Ministério de Portos e Aeroportos, a empresa pública Portos do Paraná obteve mais um recorde histórico de movimentação em 2024. Segundo dados apresentados no Palácio Taguaré, sede administrativa da Portos do Paraná, no auditório Emir Roth, algo feito pelo secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, pelo diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia da Silva, e pela diretoria da Portos do Paraná, em 2024 o número de movimentação atingiu o total de 66.769.001 toneladas, um crescimento de 2,1% (1.375.745 toneladas a mais) em comparação a 2023.
Segundo a Portos do Paraná, o recorde histórico foi obtido mesmo com 115 dias de chuva de 2024, quando as operações de embarque e desembarque são impactadas. Além disso, no último ano houve um aumento expressivo de 23% na movimentação de cargas gerais. “Não é só um recorde para a Portos do Paraná, é para todos os paranaenses. Nós consolidamos os números e apresentamos ao Brasil a soma de 66,7 milhões de toneladas movimentadas em 2024, mesmo com as adversidades do tempo, que é o nosso maior desafio na Portos que teve 115 dias de chuva, mas a sua eficiência alcançou mais um recorde que vem sendo quebrado ano a ano”, afirma o secretário de Infraestrutura, Sandro Alex.
“70 milhões de toneladas movimentadas é uma realidade na Portos do Paraná, mas o ano é 2025. Esta previsão era dada para 2040, o que demonstra que aqui há uma equipe altamente comprometida com eficiência, uma gestão profissional sendo realizada e investimentos que estão garantindo a Portos do Paraná nesta movimentação de riquezas do Brasil, mas em especial dos paranaenses”, afirma Sandro Alex.
Chuvas e infraestrutura
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O secretário destacou também sobre a questão das chuvas nesta quinta-feira, 9, com mais de 100 milímetros de índice acumulado, destacando que o Governo do Estado atua em conjunto com o município no atendimento das famílias afetadas. “Este é um desafio para o Porto também. Tivemos aqui na área portuária também alagamento com as equipes trabalhando na madrugada para o mais rápido possível nós pudéssemos o mais rápido possível retomar a nossa movimentação. É o desafio de um Porto graneleiro, a chuva paralisa a operação. Com relação à Avenida Ayrton Senna, nós temos hoje a concessionária atuando e ao longo deste ano nós teremos investimentos garantindo cada vez mais que uma chuva como de hoje não atrapalhe ou que os impactos sejam minimizados”, completa.
“Este também é um desafio na Serra do Mar onde estamos com um estudo para uma possível alternativa à BR-277, é necessário que o Paraná pense nesta rodovia de ligação com a BR-101 que não existe no Paraná como uma alternativa em casos como o de ontem que atingem a Serra do Mar. É necessária uma constante participação da sociedade na cobrança destes investimentos em infraestrutura compatibilizando com a questão do meio ambiente, mas é desafiador também para a movimentação das nossas cargas. Tivemos em 2024 um total de 115 dias de paralisação por chuvas, sete dias a mais que em 2023, isso é muita coisa para a Portos, pois movimentamos muito a cada minuto, então um dia de paralisação sempre nos atinge. Esses investimentos que estão sendo feitos são importantes para garantir com esta riqueza siga chegando até os demais países”, frisa Alex.
Desafios superados
O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, afirma que, além das chuvas, diversos desafios foram superados pela empresa pública para a obtenção de mais um recorde. “O Porto depende muito de outros fatores que dependem do mercado internacional, a cotação cambial, o preço do produto no mercado. Este ano tivemos um decréscimo na movimentação, por exemplo, de soja, que sempre foi um dos nossos corações, por causa da questão de safra, mas mais do que a safra, porque o produto existia, entretanto a cotação do preço do produto no mercado internacional não atrai o exportador, o agricultor a fazer sua venda em um volume esperado. Mesmo quando houve um decréscimo de quase 20% na movimentação da soja aqui na Portos do Paraná, a gente conseguiu compensar com outras cargas. Então, viramos um Porto multipropósito. Temos um destaque para líquidos, que até pouco tempo não se falava, licitamos uma área de líquidos que em cerca de três anos terá que colocar quase R$ 400 milhões de investimento em infraestrutura”, salienta.
“Temos também o Terminal de Contêineres batendo o seu recorde histórico com mais de 1,5 bilhão de TEUs movimentados, temos também celulose, veículos, enfim, a Portos do Paraná consegue hoje se consolidar mesmo quando há falha de algum produto por algum problema de safra ou mercado, conseguimos compensar com alguns produtos e ainda assim atingir estes níveis tão expressivos na nossa movimentação”, ressalta Garcia.
Investimentos
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Segundo Luiz Fernando, atualmente há em curso na Portos do Paraná a maior obra portuária com recursos públicos do Brasil, que é o Moegão. “Essa obra licitada no ano passado, que foi um projeto iniciado em 2020 a 2021 e hoje está sendo consolidada com mais de 20% da obra concluída com perspectiva de entrega em dezembro de 2025, será algo que nos dará capacidade de ao invés de movimentarmos cinco milhões de toneladas pela ferrovia na região leste do Porto, teremos uma capacidade instalada para 24 milhões de toneladas. Este é só um dos exemplos, teremos essas licitações de áreas, que além de agregar capacidade dentro dos terminais, com maior capacidade de silo e tanque, teremos também as obras de infraestrutura de píer”, salienta.
O diretor-presidente ressalta a eficiência do Porto de Paranaguá que conta com cinco quilômetros de cais e condições de atracação, número inferior, por exemplo, ao Porto de Santos, que conta com 20 quilômetros. “Mesmo assim conseguimos atender esta demanda expressiva. Nós temos um compromisso também dentro deste programa de investimentos que são essas construções de novos berços de atracação para que a gente consiga acomodar cada vez mais navios”, frisa, salientando a necessidade de investimentos em conjunto com diversos modais, algo que é compromisso do Governo do Estado, citando a concessão das rodovias com investimentos de mais de R$ 7 milhões nos próximos sete anos no Lote 2, bem como discussão do aprofundamento do canal de acesso em dois metros, onde cada metro representa 7 mil toneladas a mais no navio, assim como investimentos em ferrovia, com renovação da Malha Sul e projeto da Nova Ferroeste.
Relação entre Porto e Cidade
Outro ponto salientado pelo diretor-presidente é os investimentos e melhorias não somente em logística, mas também em sustentabilidade e relação entre o Porto e a cidade de Paranaguá. “Nós somos o vizinho que traz o ônus. O Porto traz o caminhão, o trem, algo que é inerente à nossa operação. O nosso trabalho aqui, orientado pelo nosso secretário, é que a gente diminua, tente mitigar este impacto, acabar nunca vai acabar, mas de forma ordenada. O Moegão é um dos exemplos, ele elimina quase 20 passagens de nível, ou seja, cruzamento de trens, e as manobras ferroviárias que acontecem nesta região, isso vai fazer com que a população seja beneficiada e também o Porto, com uma eficiência muito maior neste descarregamento ferroviário”, explica Garcia.
“Temos também um dado muito interessante, pois normalmente só vemos o lado ruim, mas a Portos do Paraná com a atividade portuária gera para o município quase 55% dos empregos diretos e indiretos. Então, o que é um Porto sem a cidade e o que é a cidade sem um Porto? Eu acho que Itajaí respondeu isso nos últimos anos quando o Porto ficou fechado. Temos também a arrecadação dos impostos municipais representando cerca de 60% a 65% em Paranaguá, em Antonina é muito maior, representando cerca de 80% dos impostos decorrentes da atividade portuária e isso não somente no carregamento e descarregamento, mas temos também a borracharia, os restaurantes, entre outros, que atendem caminhoneiros e quem está aqui. Então, é uma máquina que gera não só resultados para a logística, mas que também contribui muito para o desenvolvimento econômico das localidades em que nós estamos, em especial Paranaguá e Antonina”, finaliza Luiz Fernando Garcia.
Operacional
Gabriel Perdonsini Vieira, diretor de Operações Portuárias, o recorde histórico também representa uma integração positiva entre as diretorias da Portos do Paraná e os trabalhadores, bem como a comunidade portuária. “Todos os processos que correm aqui dentro, as decisões que a gente toma diariamente, elas são colegiadas. Nos unimos, discutimos, debatemos e nós sempre tomamos a melhor decisão pro complexo portuário. Nós tivemos esse ano um exemplo muito bacana de dedicação e comprometimento ao longo de todo o ano, quando nós não paramos. Agora no Natal, no Ano Novo, nós tivemos trabalhadores na faixa, nós tivemos trabalhadores dentro da Diretoria de Operações, Engenharia, Meio Ambiente, Segurança do Trabalho, se dedicando em dias que poderiam estar com suas famílias, mas aqui no Porto fazendo a máquina girar. Então é um exemplo de dedicação e comprometimento de toda a equipe”, ressalta.
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O diretor ressaltou também a eficiência e superação do Porto mesmo com o índice alto de chuvas em vários dias em 2024. “Como nós temos uma alavancagem desses segmentos que não param por chuva, como a movimentação dos contêineres, os granéis líquidos também, nós temos uma produtividade ainda muito positiva mesmo com esses dias de chuva. Entretanto, aqueles momentos em que nós podemos operar temos que ser os mais eficientes possível, não só na parte operacional, mas nós controlamos também muito bem as manobras dos navios, tornando os berços menos ociosos. Então, a Praticagem aqui de Paranaguá nos auxilia muito também nesse sentido em trazendo eficiência inclusive nas manobras dos navios, não deixando o berço vazio em nenhum momento”, finaliza Vieira.
Números de movimentação
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Segundo dados da Portos do Paraná, o Porto de Paranaguá recebe e envia os mais diversos tipos de produtos, “mas apenas a título de comparação, o volume movimentado equivale a 80% de toda a produção de grãos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, colhidos na safra de 2024. Isso corresponde a 3.209 caminhões bitrens sendo recebidos diariamente ao longo de 365 dias”, acrescenta a assessoria.
“Pelos berços do cais passaram 40 milhões de toneladas em exportação e 26,7 milhões em importação. Os tipos de cargas mais enviados ao exterior foram soja (13.265.751), contêineres (9.049.796) e açúcar a granel (6.412.716). Já os mais trazidos ao Brasil por Paranaguá foram fertilizantes (11.140.049), contêineres (7.276.868) e derivados de petróleo (4.912.767)”, informa a Portos do Paraná.
De acordo com a empresa pública, em números proporcionais, entre os destaques está a cevada, que no acumulado de 2023 movimentou 159.458 toneladas e em Em 2024 alcançou a marca de 428.132. “Aumento de 168% impulsionado pela indústria cervejeira que coloca o Paraná entre os maiores fabricantes da bebida em todo o Brasil”, detalha.
“Outro destaque é o trigo, com 157% de importação e 58% de exportação ao longo do último ano. Paranaguá tem se consolidado cada vez mais como porto multicargas, mas seis tipos (soja, farelo de soja, contêineres, fertilizantes, açúcar a granel e derivados de petróleo) somaram 58,3 toneladas transportadas em 2024, o que representa 87,3% do que foi movimentado durante o ano”, finaliza a Portos do Paraná.
Com informações da Portos do Paraná