O penúltimo mês do ano está próximo do fim. Faltam poucos dias para chegarmos a dezembro. Há poucos dias festejamos a Padroeira do Paraná no seu dia consagrado. Apesar da chuva, os festejos durante os 15 dias realizaram-se com sucesso, com grande afluência de público o que comprova o poder da Virgem Santa junto aos fiéis. Mas o dia 15 de novembro tornou-se feriado por ser o dia da Proclamação da República.
Neste caso pouco há que mereça ser comemorado, porque a “res” há longo tempo deixou de ser pública, tornando-se privilégio para os grupos que, acercando-se do poder, usufruem das regalias e benesses que dele advêm, enquanto a maioria da população tem que se contentar com as sobras pingadas nos salários do fim do mês. Sem se contar os milhares de indigentes que mendigam pelas ruas implorando por um prato de comida. Tal situação contrasta com a grandeza do nosso país e contraria o lema da bandeira brasileira, festejada no dia 19. Olhando-se o pavilhão hasteado, lá está em letras bem visíveis a frase “Ordem e Progresso”, que se desenvolvida com competência e probidade pelos governantes, hoje o Brasil estaria no rumo firme do desenvolvimento social e econômico.
Lamentavelmente a palavra ordem está esvaziada de sentido para a maioria da população brasileira. As ocorrências criminais, os acidentes nas vias públicas, os assaltos, os seqüestros, as pichações nos prédios públicos e particulares, as greves, o lixo lançado aos rios e oceanos, o comportamento destituído de ética e respeito de certos políticos, tudo se configura num quadro em que a desordem reina absoluta, desenfreada, longe de ser contida. A conseqüência desse caos se infiltra nos meios sociais, gerando desrespeito entre os membros. Citando um exemplo: o comportamento de estudantes que, nas salas de aula, desrespeitam os professores, desobedecendo as ordens, provocam tumulto e atraso no andamento das lições programadas.
O resultado desses desenfreios se revela no andamento do tempo, que não perdoa, e, raramente abre oportunidade para reparos nos comportamentos. E, quando se abrem os olhos para a realidade, muitas vezes desesperadora, em que há necessidade de recomeço, busca-se apoio e esforço para recompor os pedaços do todo, um dia destruído pela insensatez de comportamentos desequilibrados ou moldados pelo egoísmo. Gostaria imensamente que o Brasil produzisse um dia um cidadão brasileiro capaz de despertar no povo o verdadeiro orgulho por esta terra tão linda, livrando-se de vez dos ratos que inundam os porões e corroem os pilares da dignidade, da honra, da ordem, entravando o desenvolvimento do progresso.