Número já ultrapassa o total verificado na última temporada
O Corpo de Bombeiros do Paraná contabilizou, de 21 de dezembro até a quarta-feira, 9 de janeiro, 493 crianças que se perderam nas praias paranaenses. O número diz respeito à quantidade de crianças que chegaram até os postos de guarda-vidas ou que os pais foram até os bombeiros informar sobre o desaparecimento. Todas as crianças foram localizadas pelos guarda-vidas e retornaram aos pais ou responsáveis.
Neste mesmo período na última temporada de verão, o Corpo de Bombeiros registrou 321 casos de crianças desaparecidas. Em toda a temporada, foram cerca de 490 casos, ou seja, o número da Operação Verão 2018/2019 já superou a anterior quanto ao número de crianças perdidas nas praias. “Já ultrapassamos a marca que tivemos na temporada passada inteira”, afirmou a 2.º tenente do Corpo de Bombeiros, Ana Paula Inácio de Oliveira Zanlorenzzi, oficial de Comunicação Social da Operação Verão.
O número gera um alerta para toda a população que passa as férias no litoral paranaense, pois pode colocar as crianças em risco de acidentes ou à mercê de pessoas mal-intencionadas. “É alarmante, pois é um número muito grande de crianças que se perdem diariamente. Da mesma forma que o próprio guarda-vidas identifica quando uma criança está sozinha na praia e percebe algumas características típicas de que ela está assustada, pessoas de má índole também podem perceber e acabar raptando essa criança. Além disso, tem o risco dela se perder, entrar no mar sozinha ou sair para o calçadão, como já aconteceu, e ser encontrada pela Polícia Militar”, contou a tenente Ana Paula.
Na pulseira de identificação consta o número de telefone dos pais e do posto de guarda-vidas (Foto: AEN)
Além de sair da areia sozinha, algumas ficam horas aguardando no posto de guarda-vidas até que seus pais ou responsáveis cheguem. “Já tivemos casos de crianças que foram encontradas a até 5 km de distância de onde estavam”, salientou a tenente.
PULSEIRAS DE IDENTIFICAÇÃO
Mais de 14 mil pulseirinhas de identificação já foram entregues no litoral do Paraná desde o início da Operação Verão, uma ferramenta que pode ajudar muito na localização. “O que a gente verifica é que essas crianças que se perdem não possuem a pulseirinha. Se tivessem, a localização seria muito mais fácil, porque tem o telefone dos pais e seria feito o contato de imediato, além do número do posto de guarda-vidas. Sempre reforçamos a importância da pulseirinha, mas vale lembrar que ela não tira a responsabilidade dos pais observarem essas crianças”, ressaltou a tenente Ana Paula.
“É alarmante, pois é um número muito grande de crianças que se perdem diariamente”, declarou a 2.º tenente do Corpo de Bombeiros, Ana Paula Inácio de Oliveira Zanlorenzzi (Foto: AEN)
DICAS
“Os pais precisam acompanhar constantemente a criança, pois ela se perde de forma muito fácil, pois não tem um referencial na praia. Você chega e está no guarda sol azul e diz à criança que está ao lado da tenda branca, mas a tenda vai embora, chega outro guarda-sol da mesma cor, há muitas pessoas na praia e elas perdem esse referencial. Por isso, a orientação é para que os pais fiquem em constante vigilância e observação porque qualquer passo que a criança dê, mesmo para buscar areia no baldinho, ela já se perde na hora de voltar. Os pais têm que acompanhar para evitar que um mal maior aconteça”, orientou a tenente Ana Paula.
Os principais erros dos pais, de acordo com a tenente, são deixar a criança sair sozinha, a ingestão de bebida alcoólica e a distração com o celular. “Quando temos uma maior quantidade de pessoas na areia, a probabilidade dela se perder é maior porque ela não consegue acompanhar seus pais, mas a criança está suscetível a se perder em qualquer local em questão de segundos”, concluiu.