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Trânsito

Entidades do setor portuário e agrícola estão preocupadas quanto à demora das obras emergenciais na BR-277

Atexp, ABTP, Ocepar, Aciap, Sindiadubos, Sindapar, Sinprapar, CTDL e ABTL enviaram ofício ao governo

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Foto: Rodrigo Félix Leal/SEIL

As quedas de barreira ocorridas na Serra do Mar em outubro e novembro estão gerando a necessidade de obras entre os KM´s 39 a 41 da BR-277 por parte do Departamento de Estradas de Rodagem (DER/PR), que assumiu em 16 de dezembro, após assinatura de termo de compromisso como Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o gerenciamento das intervenções na via federal. Os desmoronamentos e obras geraram nos últimos meses filas de veículos e transtornos, problema que se acentuou ainda mais com a chegada da temporada de verão, algo que afeta a movimentação e logística no setor portuário e agrícola do Paraná e do Porto de Paranaguá.

Em dezembro, a Associação dos Terminais do Corredor de Exportação de Paranaguá (Atexp) em conjunto com a Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Associação Comercial e Industrial e Agrícola de Paranaguá (Aciap) e o Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas no Estado do Paraná (Sindiadubos), Sindicato das Agências Marítimas de Navegação do Estado do Paraná (Sindapar), Sindicato dos Práticos e Terminais Marítimos do Estado do Paraná (Sinprapar), Comitê Territorial de Desenvolvimento do Litoral do Paraná (CTDL) e a Associação Brasileira dos Terminais de Líquidos (ABTL), entidades com ampla representatividade nos setores portuário e agrícola de exportação, enviaram ofício ao governador Carlos Massa Ratinho Júnior apresentando “preocupação do setor em relação à demora na conclusão das obras emergenciais na BR-277”.

“Em 14 de outubro de 2022, como é notório, ocorreu um deslizamento de pedras no quilômetro 42 da BR-277, no trecho que conecta Curitiba a Paranaguá, em Morretes. Após a ocorrência, passados quase dois meses, não foi apresentada previsão para a plena retomada da capacidade operacional da rodovia. É compreensível que para a garantia da segurança de tráfego se faz necessária uma série de ações por parte do Poder Público, tais como a realização de sondagens geológicas, verificação das condições dos taludes, contratação emergencial de obras e a inspeção da condição do pavimento da via. Nada obstante, a BR-277 é a principal via para o escoamento de cargas no modal rodoviário até o Porto de Paranaguá e é preciso que seja dada a máxima urgência a ela. É por meio da BR- 277 que se passaram 77,1% da movimentação de carga no porto entre janeiro e setembro de 2022”, explica o documento, ressaltando a importância logística da via federal para o setor produtivo paranaense e brasileiro.

PIB do Paraná depende da movimentação no Porto

De acordo com o ofício, um terço do Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná corresponde à movimentação do Porto de Paranaguá. “O agronegócio, por sua vez, responde por 80% das exportações paranaenses, arrecadando mais de U$ 15,16 bilhões. Deste modo, a necessidade da eliminação de gargalos supervenientes e a célere regularização do acesso de cargas ao porto é inequívoca e de grande importância para a economia paranaense”, detalha o documento assinado pelas entidades.

“Isto posto, compartilhamos a apreensão e a preocupação de todo o segmento portuário e agrícola de exportação e importação do Estado do Paraná, uma vez que não foi apresentada uma previsão efetiva e concreta a propósito da conclusão dos trabalhos e da liberação de todas as pistas de rodagem”, salientam as entidades representativas.

Impacto na safra e economia, caso obras demorem

O ofício alerta que, caso as obras sejam postergadas para o fim do primeiro trimestre de 2023, “haverá grande impacto no início da safra, momento extremamente importante para os setores representados pelas entidades”, completa. “Infelizmente, o PIB do Estado do Paraná acabará prejudicado pela demora na conclusão das obras emergenciais em razão da dificuldade de escoamento de grãos e proteína animal, no início da safra”, ressalta o documento.

“Além disso, a demora na conclusão das obras promove uma série de custos adicionais ao setor produtivo, como estadia de caminhões, demurrage, terminais sobrecarregados, grandes filas de caminhões, fila de navios aguardando para atracação, perda de carga para outros portos, além de outros prejuízos”, aponta o ofício.

Por fim, as entidades reforçam a grande expectativa na resolução rápida do assunto. “Neste sentido, gostaríamos de nos colocar à disposição para contribuir no que for necessário, assim como para obter esclarecimentos acerca da maneira como serão conduzidos os processos, posição quanto aos prazos, datas de início e término dos serviços”, finaliza o documento.

O que informa o DER 

O Governo do Estado, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR), segue trabalhando intensamente na obra emergencial de recuperação da encosta da BR-277, entre o km 39 e o km 41, na Serra do Mar, em Morretes, no Litoral. Os segmentos foram atingidos por deslizamentos de terra causados pelo intenso volume de chuvas no fim de novembro.

Com o objetivo de amenizar o fluxo de veículos durante as festividades do fim do ano, o DER/PR liberou mais uma faixa do trecho antes do Natal, logo após firmar o acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para assumir integralmente as obras de contenção de talude no km 39 e no km 41.

Atualmente, três das quatro faixas estão liberadas no trecho, de acordo com a necessidade e o volume de veículos. A exceção é um trecho de 400 metros que segue em pista simples no km 41, local mais atingido pelas fortes chuvas.

Já o DNIT continua responsável pelas obras no Km 42, que foi atingido por uma queda de rochas em outubro, cerca de um mês antes dos deslizamentos nos quilômetros 39 e 41. O órgão federal retirou o guindaste e liberou a pista antes, em 22 de dezembro, com previsão de retorno dos serviços no início deste ano.

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