Seguindo a nossa série sobre ambientalistas brasileiros, hoje vamos destacar mais uma valorosa mulher. Antes de falar sobre ela, vale sempre lembrar o quanto a nossa sociedade ainda precisa avançar no processo de igualdade entre homens e mulheres. Ainda temos desigualdade salarial na mesma função de trabalho, diariamente lemos notícias de assédio sexual e moral, feminicídios e por aí vai. Lugar de mulher é onde ela quiser e com o respeito devido. A história é escrita por todos e todas e no meio ambiente isso é comum. Em 1931 nasceu nos Estados Unidos a irmã Dorothy Stang. Em 1966 iniciou o seu ministério no Brasil, naturalizando-se brasileira. A defesa da floresta tropical brasileira que sofria e sofre ainda hoje o esgotamento pela agricultura foi a maior luta dela. Atuando no Pará, o seu trabalho era realizado com camponeses e o ensinamento de como conciliar agricultura e conservação florestal. Era participante ativa da Comissão Pastoral da Terra (CPT) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Contribuiu profundamente para que a igreja compreendesse a dinâmica da sustentabilidade.
Lamentavelmente, irmã Dorothy foi encontrada morta em 12 de fevereiro de 2005. Aos 73 anos foi assassinada com seis tiros, um na cabeça e cinco ao redor do corpo. Em 2019, o fazendeiro mandante do crime foi condenado a 30 anos de reclusão após condenação em 2010. Considerada pela igreja “Mártir da Caridade na Amazônia” o seu trabalho apenas reforça a dificuldade que temos em manter a floresta em pé.
Precisamos urgentemente proteger a vida de ambientalistas como Dorothy, Chico Mendes e tantos outros que tiveram a coragem de encarar bandidos em prol do bem coletivo, mas que infelizmente foram assassinados. Ainda devemos intensificar as ações de fiscalização e monitoramento em nossas florestas. Além da proteção de nossa biodiversidade, o que está em jogo é a nossa própria sobrevivência. Cuidar da vida é da nossa natureza!